Eleições nos EUA

DIA D-7: Trump diz que resolve, mas está cada vez pior

Opinião de Germano Almeida. Na derradeira semana antes das eleições presidenciais norte-americanas, o lado republicano e o lado democrata reúnem os últimos argumentos para convencer os eleitores.
Julia Demaree Nikhinson/AP Photo

Germano Almeida

1 – Trump diz que resolve, Kamala avisa para o perigo

Falta uma semana e está a chegar a altura dos argumentos finais das duas candidaturas. Não podiam ser mais diferentes.

Do lado republicano,Trump insiste na ideia “Kamala estragou, eu vou arranjar”. Nos comícios de Donald, a letras gigantes, aparece: “Better off with Trump” – "estavam melhor com Trump".

Do lado democrata, o principal argumento continua a ser "Trump é horrível, não tem ética para voltar a ser Presidente".

Como, geralmente, uma mensagem positiva tem mais capacidade mobilizadora do que uma negativa, isso pode indicar que Trump acha que está à frente e Kamala acha que está atrás. Kamala insiste na dualidade: "Com Trump, escolhem o medo, a divisão, o ódio, o ressentimento; connosco escolhem o estado de direito, a construção, a união, a harmonia".~

2 - Vantagem Trump no argumento económico

Mesmo não sendo uma reedição do duelo Biden/Trump, esta corrida de 2024 não deixa de constituir um referendo às duas últimas administrações. Todos os que votarão na disputa de 5 de novembro passaram pelos dois governos.

Sob Trump, as pessoas lembram-se da inflação baixa, de uma fronteira sul mais segura e de um mundo mais pacífico.

Com Harris servindo no governo do presidente Biden, a economia derrapou, a inflação atingiu o máximo em 40 anos (ainda que esteja hoje num mínimo de três anos), entraram 11 milhões de imigrantes ilegais (ainda assim metade do que Trump jura que foi), rebentou o conflito no Médio Oriente.

As 'fundamentals' desta corrida parecem beneficiar Trump. Como é que Kamala ainda tem hipótese de ganhar? Porque Trump parece estar cada vez mais radical, agressivo, errático. O argumento de que não é aceitável que regresse à Casa Branca terá sempre um forte acolhimento.

Uma interrogação: se Kamala perder algum dos três estados da 'Rust Belt', ainda poderá contornar e chegar aos 270?

Estados decisivos:

  • MICHIGAN -- Trump 49 / Kamala 48 (Insider Advantage, 26/27 out)
  • WISCONSIN -- Trump 48 / Kamala 47 (USA Today/Suffolk, 20/23 out)
  • PENSILVÂNIA -- Kamala 49 / Trump 49 (Marist, 17 a 22 out)

Voto popular: Kamala 51 / Trump 47 (ABC/Washington Post, 22 a 24 out)

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