Eleições nos EUA

DIA D-11: isto não é um concurso de popularidade

Opinião de Germano Almeida. Se esta eleição fosse um concurso de popularidade, Kamala Harris ganharia.No entanto, no voto popular, neste momento ambos os candidatos estão praticamente empatados.
Kevin Lamarque

Germano Almeida

1 - Popularidade não é intenção de voto

Se esta eleição fosse um concurso de popularidade, Kamala Harris ganharia. Tem uma taxa de aprovação de 46,5%, ou seja 3,2 pontos percentuais acima da aprovação de Trump. Quanto à reprovação, Harris tem 47,2% de opiniões negativas, ou seja surge com um saldo de aprovação quase equilibrado.

Já Trump tem uma reprovação de 52,4%, o que lhe dá quase dez pontos negativos. No entanto, no voto popular, neste momento ambos estão praticamente empatados: só 0,2% para Kamala (média Real Clear Politics). Isto recorda-nos que a eleição presidencial americana é muito mais complicada que um mero concurso de popularidade.

2 - Kamala na Geórgia, Trump no Arizona

Harris e Trump vão aproveitar o fim de semana para cativar votos noutros estados flutuantes, na esperança de convencer indecisos e independentes. A candidata democrata vai estar na Geórgia ao lado do ex-Presidente Barack Obama e do cantor Bruce Springsteen, Trump escolheu o Arizona, para falar de imigração.

Entretanto, Trump aparece favorito nos mercados de apostas: 60% probabilidade de ganhar. Na média das sondagens nacionais, Donald está quase a apanhar Kamala no voto popular (Harris +0.2 na média sondagens nacionais; há um mês era +3.0%). Trump surge à frente em todos os estados decisivos, na média RCP, embora por margens ínfimas (só na Geórgia acima dos 2 pontos; no resto abaixo de 1 ponto).

Mesmo assim, nesta sondagem Bloomberg/Morning Consult (16 a 20 outubro), o caminho para a vitória Kamala ainda parece possível: Pensilvânia: Harris 50, Trump 48; Michigan: Harris 50, Trump 46; Nevada: Harris 49, Trump 48; Geórgia: Trump 50, Harris 48; Carolina do Norte: Trump 50, Harris 49; Wisconsin: Trump 48, Harris 48; Arizona: Trump 49, Harris 49.

Uma interrogação: a presença em força de Barack Obama permitirá a Kamala Harris a recuperação necessária no voto negro e no voto jovem?

Estados decisivos:

  • WISCONSIN -- Trump 48 / Kamala 48 (Quinnipiac, 17 a 21 out)
  • MICHIGAN -- Kamala 50 / Trump 46 (Quinnipiac, 17 a 21 out)
  • GEÓRGIA -- Trump 50 / Kamala 48 (Atlanta Journal-Constitution, 7 a 16 out)

Voto popular: Trump 51 / Kamala 49 (Forbes/HarrisX, 20 a 21 out)

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