Eleições nos EUA

Eleitores nos EUA vão a tribunal por causa de votos não contados

Já foram apresentadas dezenas de ações judiciais em estados que podem decidir as eleições. Desde os locais de voto até à determinação de quem pode ou não votar, republicanos e democratas estão a contestar os procedimentos eleitorais.

Catarina Lázaro

Miguel Castro

Com uma doença autoimune, o voto por correspondência é um ritual para Erika Worobecque, que mora no estado norte-americano da Pensilvânia. Dois meses depois das eleições primárias, em abril, soube que, por engano, tinha preenchido o boletim de voto com dados incompletos. Foi um dos 259 boletins enviados pelo correio neste estado que não foram contabilizados por causa de um erro. 

“Fiquei desiludida porque, se soubesse, teria ido às urnas e votado provisoriamente. Mas não houve qualquer notificação”, conta. 

Erika faz parte do crescente grupo de eleitores que recorreram aos tribunais para garantir o acesso às urnas e para que os seus votos sejam contabilizados nas eleições presidenciais de 5 de novembro. 

Em sete estados decisivos para as eleições, terão sido abertos quase uma centena de processos judiciais. 

“Senti que as minhas liberdades civis estavam a ser violadas”, desabafa Erika.  

“Como é que os resultados das primárias podem ser exatos, se não foram validados tantos boletins de voto? O âmago de uma democracia é a voz do povo. Como é que o Governo representa a voz do povo s enão ouvem todas as vozes?”, questiona. 

O Partido Republicano interveio e, em agosto, um juiz decidiu que os eleitores devem ser notificados se um boletim de voto por correspondência tiver um erro, para que possam contestar e corrigir a situação. 

Mas nem todos tiveram a mesma sortee há casos pendentes na Justiça. Os eleitores com deficiênciaque precisam de ajuda para colocar a cruz no boletim lutam pelo voto eletrónico sem assistência, mas não haverá uma decisão até ao dia das eleições.  

Por um voto se ganha, por um voto se perdee há uma linha ténue entre o facilitismo e o risco de fraude. 

Numa eleição renhida, quer os republicanos, quer os democratas avançaram para os tribunais com ações judiciais que contestam desde os locais de voto até aos procedimentos para determinar quem pode ou não votar.

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