O Partido Socialista (PS) apresentou este fim de semana o programa eleitoral e com isso conseguiu que os últimos dois dias fossem centrados não só na AD, que está no poder, mas também nas propostas que o PS quer levar para as eleições legislativas, diz Paulo Baldaia.
“É uma vantagem do ponto de vista eleitoral, porque obviamente está a dizer aos eleitores que há aqui uma centralidade, ou seja apresenta o Partido Socialista como um candidato a governar com o primeiro-ministro Pedro Nuno Santos, com propostas que, sendo debatidas por todos os outros, obviamente favorece a agenda do Partido Socialista, mas insisto, veremos se o PS tem capacidade para, nos próximos tempos, designadamente agora que vão começar os debates, se tem ou não capacidade para manter o seu programa eleitoral como central no debate político”.
A AD ainda não apresentou programa eleitoral. Paulo Baldaia explica que, na lógica do primeiro-ministro, “o programa de Governo que foi viabilizado na Assembleia há um ano (...) continua a ser o programa” ideal para representar o PSD e o CDS, e, por isso, “o que está a fazer é levar o Governo para sufrágio”.
Recorda, ainda, que António Costa fez o mesmo quando não conseguiu aprovar o Orçamento do Estado em 2022.
“Foi para eleições e o programa eleitoral, basicamente, era o Orçamento de Estado, que tinha sido chumbado pela oposição e deu resultado, deu uma maioria absoluta ao Partido Socialista. Portanto, a AD claramente, é a força partidária que menos necessidade tem de apresentar um programa eleitoral”
Os debates televisivos arrancam esta segunda-feira.