O porta-voz do Livre, Rui Tavares, aproveitou a apresentação dos candidatos de Coimbra às eleições legislativas para lançar farpas à governação de Luís Montenegro.
“Montenegro quer que lhe demos poder, e esse poder, como o poder que já teve durante este ano, é um poder instável, como é o poder que vem da direita. De uma direita que não se entende, de uma direita que insiste na precariedade do país e de uma direita que agora, ainda por cima, nos vem dizer que aquilo que ainda há pouco tempo gerava os seus protestos, nós devemos entender como normal e como banal. Pois bem, este país precisa de um partido que diga que a má governação não é normal.”
Na sua intervenção, Rui Tavares insistiu que a culpa da atual crise política é da responsabilidade do líder do PSD, não só no agravamento do funcionamento da saúde e na falta de habitação, eu tinha prometido resolver, como "no descaso e desprezo em relação às obrigações de responsabilização dos mais altos cargos políticos".
PS usou ideia do Livre?
Mas o PS também não escapa às críticas: Rui Tavares defende que um verdadeiro "pé-de-meia" para os jovens seria um apoio à nascença de 5.000 euros, acusando os socialistas de se apropriarem da ideia lançada pelo partido no ano passado.
"O PS vem propor um décimo e ainda por cima não tem a lisura de dizer que é uma ideia do Livre de que roubaram um décimo", salientou, a propósito da proposta do PS de atribuir a todas as crianças nascidas a partir do início deste ano 500 euros em certificados de aforro.
Segundo Rui Tavares, a ideia da herança social, lançada há cerca de um ano pelo Livre, "verdadeiramente fará a diferença na entrada dos jovens para a vida adulta, numa média de 5.000 euros progressivamente adaptados ao escalão de rendimentos da família".
Pelas contas do porta-voz do Livre, 500 euros por criança traduz-se em cerca de 700 euros quando o beneficiário atingir os 18 anos, "o que não dá para pagar a propina do mestrado".
"Mas 10 vezes mais do que isso, que é aquilo que propomos, e podemos ir mais longe se gastássemos aquilo que estamos a perder com o IRS Jovem numa herança social, aí já era alguma coisa que fazia a diferença", defendeu.
Habitação é prioridade
O porta-voz do Livre reiterou novamente que o partido está disponível para solução governativa progressista, de esquerda e ecológica, mas através de um "compromisso histórico" que garanta que o Serviço Nacional de Saúde não será privatizado e que o investimento no ensino público vai aumentar.
Nesse compromisso, teria de estar também garantido que o investimento público na habitação teria, pelo menos, um limiar mínimo de 500 milhões de euros anuais "para se poder construir a habitação que o país não tem".
De acordo com Rui Tavares, teria de haver também garantias de que não haveria recuo no estado de direito, na democracia e nos direitos fundamentais e que a independência da Palestina seja reconhecida e que o apoio à Ucrânia não cesse.
"Com isto em cima da mesa, estamos dispostos a conversar para dar uma boa governação ao país, que tenha também fasquias mais altas no exercício de cargos políticos", sublinhou.
Para combater a falta de habitação para estudantes, o Livre escolheu como cabeça de lista pelo círculo de Coimbra às próximas Eleições Legislativas, o profissional de educação André Chichorro de Carvalho. Em segundo lugar está Andreia Nabeiro, que diz querer dar continuidade à semana de 4 dias de trabalho.
Com Lusa