Eleições Legislativas

O debate que quase não aconteceu: Luís Montenegro e Paulo Raimundo frente a frente

O líder da AD e o da CDU defenderam as propostas que têm para governar o país em mais um debate para as eleições legislativas de 10 de março. Pensões, o governo dos Açores e novo aeroporto foram alguns dos temas que estiveram em cima da mesa.

SIC Notícias

Na quarta-feira, o diretor de campanha da AD tinha esclarecido que, "a coligação AD faz-se representar em todos os debates pelo presidente do PSD, com exceção daqueles que opõem a AD ao Livre e à CDU, onde a representação da coligação Aliança Democrática ficará a cargo do Presidente do CDS, à semelhança do que aconteceu em 2015".

RTP, TVI e SIC mostraram-se surpreendidas com a intenção da AD de substituir Luís Montenegro por Nuno Melo nos debates. No entanto, a situação foi resolvida e Luís Montenegro aceitou participar nos debates em questão.

Luís Montenegro e Paulo Raimundo trocaram acusações sobre as responsabilidades dos cortes dos pensões e salários nos anos da troika.
O debate desta noite, entre o líder do PSD e o do PCP, permitiu ainda a Montenegro esclarecer que nos Açores o PSD não vai negociar com nenhum partido e deixa a decisão para a votação do programa de governo no parlamento regional.

Montenegro descarta negociações com Chega até votação do programa do Governo

O líder do PSD desafiou hoje o Chega a decidir se vai respeitar o resultado das eleições regionais dos Açores ou se prefere "ir para os braços do PS", descartando qualquer negociação até à votação do programa do Governo.

No início do debate que o opôs ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, na RTP1, Luís Montenegro foi questionado se espera que o Chega viabilize o programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, depois de o PS/Açores ter decidido na sexta-feira que vai votar contra.

Na resposta, o líder social-democrata considerou que a situação nos Açores "é muito interessante" porque, na região, PS e Chega "têm uma perspetiva muito idêntica àquela que apresentam para o país", salientando que é preciso que ambos clarifiquem posições.

"O PS já clarificou posição: diz, basicamente, que não governa nem deixa governar. É uma opção. Acabou de cair a máscara do PS. A máscara do PS é: não vence as eleições, não tem condições para liderar o Governo e, simultaneamente, também não respeita a vitória eleitoral que a Aliança Democrática [AD] obteve nas urnas", afirmou.

Para o presidente social-democrata, o PS, "ao manifestar a sua posição contrária à formação do Governo da AD, colocou-se na situação de estar na oposição e numa oposição ativa de derrube até das condições de início da governação".

O teste do algodão

Já no que se refere ao Chega, Luís Montenegro considerou que o partido terá agora "o chamado teste de algodão".

"O Chega agora terá de tomar uma opção que é respeitar o resultado eleitoral e a vontade dos açorianos ou ir para os braços do PS numa coligação que, aliás, já experimentou com o espoletar desta crise política que teve como desenlace o resultado eleitoral de dia 04" de fevereiro, afirmou, referindo-se às eleições regionais dos Açores, que deram a vitória à coligação PSD/CDS-PP/PPM, mas sem maioria absoluta.

O líder do PSD salientou que este teste do algodão para o Chega "tem dia e hora marcada", referindo que será feito no dia em que será votado no parlamento regional o programa do Governo da AD.

"Não vale a pena sonhar com nenhuma negociação. Não existe, não vale a pena sonhar com ela, não vale a pena andar a enganar as pessoas, dando a entender que ela, de alguma maneira, possa existir", afirmou, numa alusão a declarações do líder do Chega, André Ventura, e do presidente daquele partido nos Açores, José Pacheco, que disseram haver conversas em curso.

Na sexta-feira, o PS/Açores anunciou que vai votar contra o Programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu no domingo as eleições regionais. A coligação elegeu 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta.

José Manuel Bolieiro, líder da coligação de direita, no poder no arquipélago desde 2020, disse que irá governar com uma maioria relativa nos próximos quatro anos.



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