O raide aéreo - o primeiro deste género de jatos iraquianos em território sírio - foi anunciado em comunicado pelo gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi.
"Demos ordem ao comando da Força Aérea para atacar posições dos terroristas do Daesh em Husseibeh e Albu Kamal, em território sírio", indicou o primeiro-ministro iraquiano, que usou o acrónimo em árabe para a organização jihadista.
O responsável acrescentou que o Iraque "está determinado em localizar, onde quer que eles estejam, os terroristas que estão a tentar matar" os seus cidadãos.
Ambas as localizações citadas por Abadi ficam muito perto da fronteira da Síria com o Iraque, no Vale do Eufrates, de frente para a cidade de Al-Qaim (Leste do Iraque).
Husseibeh é uma cidade no Iraque, mas uma área no lado sírio da fronteira tem o mesmo nome.
Os jihadistas já perderam a maior parte dos seus redutos urbanos na província iraquiana de Anbar desde que as forças iraquianas lançaram uma contraofensiva para recuperar as áreas ocupadas pelo Daesh desde 2014, quando tomaram quase um terço do país.
O Comando Operacional Conjunto (Joint Operations Command), que inclui os Estados Unidos e forças ocidentais e que coordena a luta contra o Daesh no Iraque, emitiu um comunicado a dizer que o ataque teve lugar hoje e divulgou algumas imagens em vídeo.
O mesmo comunicado fez referência aos ataques bombistas com veículos em Bayaa e Habibiyah (na capital iraquiana), que mataram dezenas de pessoas na semana passada. A explosão em Bayaa (a 16 de fevereiro) matou pelo menos 52 pessoas.
"Após alguns dias de investigação, as forças de segurança descobriram a localização" dos culpados, adiantou o Comando Operacional.
"Hoje de manhã, os heróis da Força Aérea atacaram alvos inimigos com [caças-bombardeiros] F-16 dentro da Síria, em Husseibeh e Albu Kamal. (...) Os seus esconderijos foram completamente destruídos", concluiu.
Várias forças aéreas estão empenhadas em operações na Síria, contra alvos variados: as forças aéreas do regime sírio de Bashar al-Assad, forças da Rússia, da Turquia, dos Estados Unidos e aliados ocidentais (como o Reino Unido e a França), e agora a Força Aérea do Iraque.
No final do ano passado, o governo de Israel também admitiu que a sua força aérea faz operações no interior do território sírio.
Lusa