"Estou extremamente preocupado com a segurança de cerca de 1,5 milhões de pessoas que vivem em Mossul, que podem ser afetadas pelas operações militares para a reconquista a cidade" ao Estado Islâmico, disse Stephan O'Brien, secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários.
"As famílias estão expostas a um risco extremo de serem apanhadas entre dois fogos ou de serem alvo de atiradores", acrescentou, num comunicado.
O'Brian disse ainda que, "no pior cenário", um milhão de pessoas pode ser forçada a abandonar as suas casas, dependendo da intensidade e extensão dos combates.
A operação para a reconquista de Mossul ao Daesh já teve início, anunciou no domingo o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, numa declaração transmitida pela estação televisiva iraquiana Iraqiya.
"Hoje declaro o início dessas operações vitoriosas para libertar-vos da violência e do terrorismo do Daesh", afirmou, dirigindo-se aos residentes da região de Mossul.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos da América, Ash Carter, disse a seguir que esta operação é decisiva para derrotar o grupo terrorista.
"Este é um momento decisivo na campanha para aplicar a última derrota" aos extremistas do Estado Islâmico, disse Carter, num comunicado.
Carter manifesta confiança em que os aliados iraquianos dos EUA vençam o "inimigo comum e libertem Mossul e o resto do Iraque" do "ódio e brutalidade" do Daesh.
O grupo terrorista Daesh, que tomou vários territórios da Síria e do Iraque, em meados de 2014, declarando-os um "Califado Islâmico", tem sofrido derrota atrás de derrota este ano, preparando-se agora para uma ofensiva contra o seu principal reduto no Iraque: Mossul.
O Daesh tem vindo a perder ao longo do ano várias regiões na Síria e no Iraque.
No domingo, os rebeldes sírios conseguiram uma vitória sobre o Daesh, ao tomar - com apoio da aviação turca - a simbólica cidade de Dabiq (Síria), mencionada em profecias apocalípticas sunitas.
A notícia da mais recente derrota do Daesh surgiu no dia em que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se deslocou a Londres para reuniões com os aliados europeus, uma iniciativa diplomática que visou pôr um fim ao conflito sírio.
A guerra na Síria começou em 2011 e já fez mais de 300.000 mortos.
Com Lusa