Desde 1969 que se discute uma nova localização para o aeroporto de Lisboa. Hipóteses houve e há várias. Estudos também. E novos trabalhos de análise estão agora a ser levados a cabo.
Em setembro do ano passado o Governo criou uma Comissão Técnica Independente para estudar o futuro do aeroporto de Lisboa.
Começaram por ser 17 opções e já foram reduzidas para sete.
Entre estudos, decisões e efetiva construção do novo aeroporto, espera-se que passe pelo menos mais uma década.
Por agora, os estudos decorrem e em cima da mesa há várias localizações possíveis: Alcochete, Montijo, Santarém, Pegões, Rio Frio e Poceirão.
A Comissão Técnica Independente deverá apresentar, até ao final do ano, as localizações hierarquizadas por ordem de viabilidade.
Esta terça-feira a comissão apresentou, em conferência, os cinco critérios que vão ditar qual a ordem das propostas, numa altura em que estamos prestes a entrar na terceira fase da Avaliação Ambiental Estratégica.
O documento está em consulta pública desde esta segunda-feira, 10 de julho, e ficará por mais 20 dias.
Quanto aos critérios, são eles: segurança aeronáutica; acessibilidade e território; saúde humana e viabilidade ambiental; conetividade e desenvolvimento económico e, por último, investimento público e modelo de financiamento.
Vamos um a um para percebemos o que vão analisar.
O primeiro critério, de segurança aeronáutica, avalia questões como o tráfego aéreo, risco de acidente ao colidir com aves ou drones ou ainda o congestionamento do espaço aéreo.
Depois, a “acessibilidade e território”, que irá estudar, por exemplo, os acessos rodoviários e ferroviários.
A componente “Saúde humana e viabilidade ambiental” terá em conta a exposição ao ruído e poluição do ar para os humanos, mas também a proteção dos animais e do ambiente. Terá ainda em análise possíveis desastres naturais.
Já o fator “conetividade e desenvolvimento económico” avalia os custos, a rapidez de construção e a necessidade de subvenção pública.
O último critério, “investimento público e modelo de financiamento”, também avalia custos e rapidez, mas soma os riscos de concessão.
Depois de entregue a lista, no final do ano, a tão aguardada decisão será política. Tomada não só pelo Governo de PS, como pela oposição PSD, por acordo dos líderes dos dois maiores partidos.