Crise Sísmica nos Açores

Ilha de São Jorge está ‘a abanar’ há mais de três meses

Desde o dia 19 de março foram registados quase 40 mil sismo.

A ilha de São Jorge registou, desde 19 de março até hoje, 39.995 sismos, dos quais 291 foram sentidos pela população, adiantou esta segunda-feira o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

Num ponto de situação sobre a crise sismovulcânica naquela ilha açoriana, divulgado no seu portal oficial, o CIVISA refere que, “até ao momento, foram registados aproximadamente 39.995 eventos de baixa magnitude e de origem tectónica”.

De acordo com o CIVISA, a atividade sismovulcânica naquela ilha “continua acima do normal, estendendo-se, grosso modo, desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno – Silveira“.

“Globalmente, a atividade sísmica das últimas semanas apresenta uma ligeira tendência decrescente, por vezes interrompida por pequenos períodos de maior frequência e/ou energia libertada, situando-se presentemente os hipocentros, no geral, a profundidades superiores a cinco quilómetros”.

O CIVISA indica que “os dados existentes desde o início de abril não evidenciam deformação significativa na zona epicentral”.

Por outro lado, “as campanhas de medição de gases e temperatura no solo que se vêm desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultaram, até à data, na identificação de anomalias resultantes da atividade sismovulcânica”.

A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir que no início do fenómeno ocorreu uma intrusão magmática em profundidade“, descreve aquela entidade.

Em 8 de junho, o CIVISA baixou o nível de alerta na ilha de São Jorge de V4 (ameaça de erupção) para V3 (sistema ativo sem iminência de erupção).

A diminuição da atividade sísmica, ainda que de forma lenta, e a observação de tal padrão ao longo das últimas semanas, assim como a ausência de outros sinais anómalos ao nível da deformação, dos gases e das águas, levaram a determinar a descida do nível de alerta científico“, justifica.

A ilha estava desde 23 de março, às 15:30 (mais uma hora em Lisboa), com o nível de alerta vulcânico V4 de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”, na sequência da crise sismovulcânica registada desde 19 de março.

Antes disso, tinha sido ativado o alerta V2, no dia 20 de março às 00:40, e o V3, no mesmo dia, pelas 2:40.

Não obstante a descida do alerta, “a atividade sísmica continua muito acima dos valores de referência para a região, pelo que se mantém a possibilidade de se registarem eventos sentidos”.

Segundo o CIVISA, também “não se pode excluir a eventual ocorrência de sismos de magnitude mais elevada”.

O CIVISA “mantém os níveis de monitorização” na ilha, ao mesmo tempo que “está a providenciar o reforço da rede de observação sismovulcânica permanente, no sentido de poder detetar sinais precursores de uma nova situação pré-eruptiva”.

O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) desta crise ocorreu no dia 29 de março, às 21:56.

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