Crise Política

Após "episódio degradante" no Parlamento, Ventura garante que Montenegro "não contará com o apoio" do Chega

Um dia após a queda do Governo, André Ventura considera que se tratou de um "episódio degradante", mas que o primeiro-ministro "não contará com a continuidade de um Governo" que tenha o apoio do Chega. Sobre a candidatura presidencial a Belém, diz estar "100% focado nas eleições que aí vêm" e em fazer a "limpeza" que o país precisa.

Mariana Jerónimo

O líder do Chega esteve nos estúdios da SIC, um dia após ter chumbado a moção de confiança apresentada pelo Governo, que cai menos de um ano depois de ter iniciado funções.

Em entrevista à SIC, André Ventura considera que Portugal assistiu a um "episódio degradante" na Assembleia da República e que serviu para alimentar as suas suspeitas de que o primeiro-ministro poderá ter "algo a esconder" no caso que envolve a Spinumviva.

"O Governo fez tudo para não ser investigado", frisou.

"Luís Montenegro não contará com o apoio do Chega"

Esta terça-feira, o Chega colocou um cartaz junto à Assembleia da República que compara Luís Montenegro a José Sócrates com a frase: "50 anos de corrupção". Garante que vão permanecer enquanto o "país não tiver a limpeza que precisa".

"Luís Montenegro não contará com a continuidade de um Governo que tenha o nosso apoio".

Defende que Portugal está "inundado de corrupção", mas quando confrontado com as últimas polémicas que envolveram o Chega, André Ventura atira culpas aos Governos anteriores.

"A diferença foi que eu corri logo com quem tinha de correr. no PSD apoia-se bandidagem. No Chega quando há um problema nós corremos com ele e tratamos dele, no PSD apoiam-no e tornam-no candidato. O presidente do Chega não se esconde, dá a cara. A limpeza é interna e externa", frisa.

Nas palavras de André Ventura, o Chega desempenhará um papel de agente de estabilidade perante a crise política que o país enfrenta. No entanto reforça que não pode ser apenas um partido a cumprir essa função e relembra: "A estabilidade não é à custa de corrupção e ladroagem".

André Ventura vai ser candidato a Belém?

Na semana passada, o líder do Chega admitiu retirar a sua candidatura presidencial para se "focar nas eleições legislativas". Considera que o cenário político do país "mudou radicalmente", mas não responde sobre a possibilidade de apoiar uma eventual candidatura do almirante Henrique Gouveia e Melo.

"Neste momento estou 100% focado nas eleições que aí vem, em conseguirmos vencer, em aumentarmos o nosso resultado e fazermos a limpeza que o país precisa", finaliza.
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