Crise Migratória na Europa

Von der Leyen quer "esforços redobrados" para acelerar reformas na política migratória

Também a presidente do Parlamento Europeu pediu aos Estados-membros que deem "um passo em frente" para acordar "normas comuns e atualizadas" sobre política migratória na sequência do naufrágio que ocorreu este domingo ao largo de Itália.

JOHANNES SIMON / POOL

SIC Notícias

Lusa

A presidente da Comissão Europeia apelou aos Estados-membros para que "redobrem os esforços" para alcançar um acordo sobre a política migratória.

"Estou profundamente triste com o terrível naufrágio na costa da Calábria. A perda de vidas de migrantes inocentes é uma tragédia", afirmou Ursula von der Leyen, na rede social Twitter. "Devemos todos redobrar esforços conjuntos no Pacto sobre Migração e Asilo e no Plano de Ação para o Mediterrâneo Central", acrescentou.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também pediu aos Estados-membros que deem "um passo em frente" para acordar "normas comuns e atualizadas" sobre política migratória, após um naufrágio no sul de Itália que matou pelo menos 45 pessoas.

"A tragédia na deixa-me com raiva e com o coração partido", escreveu no Twitter, depois de "outro naufrágio ter ceifado a vida de bebés, mulheres e homens".

A presidente do Parlamento Europeu sublinhou que "os Estados-membros devem agora dar um passo em frente e encontrar o caminho a seguir", porque "a UE precisa de regras comuns e atualizadas" que lhe permitam "enfrentar os desafios migratórios".

"Existem planos sobre a mesa para atualizar e reformar as regras europeias de asilo e migração. Os Estados-membros não devem deixá-los lá. Podemos ser justos e humanos com aqueles que precisam de proteção, duros com aqueles que não precisam e fortes contra traficantes que exploram as pessoas mais vulneráveis", destacou.

Num último balanço, as equipas de socorro italianas encontraram pelo menos 59 corpos de migrantes e 80 sobreviventes do naufrágio ocorrido este domingo de madrugada ao sul de Itália, mas receiam que possa haver mais vítimas mortais.

Entre as vítimas encontram-se muitas crianças, incluindo um recém-nascido, e mulheres, segundo relatos dos socorristas.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou, num comunicado, o seu "profundo pesar" pela tragédia e disse que era "criminoso colocar um barco de 20 metros com 200 pessoas a bordo e uma previsão de mau tempo" no mar.

A incerteza quanto ao número de vítimas deve-se a diferentes relatos dos sobreviventes quanto às pessoas que viajavam no barco que naufragou ao amanhecer perto da cidade italiana de Crotone, na Calábria (sul).

O número de passageiros adiantado por sobrevivente varia entre 150 e 250, disseram elementos das equipas de socorro, admitindo haver dificuldades de comunicação com os migrantes por causa da língua.

A imprensa italiana noticiou que os migrantes são do Iraque, Irão, Síria e Afeganistão, depois de inicialmente também ter sido referida a presença de paquistaneses.

Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.As imagens da polícia italiana mostravam destroços de madeira espalhados ao longo de uma centena de metros da praia, onde muitos socorristas e sobreviventes estavam à espera de serem transferidos para um centro de receção.

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