Crise Migratória na Europa

UNICEF critica situação de menores refugiados na Alemanha

Muitas crianças requerentes de asilo na Alemanha ainda têm de passar longos períodos em abrigos inseguros e sobrelotados e alguns têm acesso limitado à educação e à saúde, indica um estudo divulgado hoje pela UNICEF.

Menina síria numa manifestação de refugiados que enfrentam os entraves das autoridades húngaras para chegar à Alemanha. O protesto teve lugar em setembro de 2015 junto a uma estação de comboios em Budapeste.
© Leonhard Foeger / Reuters

O estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre a situação de 350.000 menores que chegaram à Alemanha como refugiados desde 2015 refere que as crianças e adolescentes passam meses ou anos em centros onde por vezes testemunham ou estão expostos à violência e ao abuso.


Apenas um terço dos menores que vivem em centros tem acesso a escolas e infantários, adianta.


Indica ainda que embora tenham acesso adequado a cuidados de saúde de emergência, os menores refugiados não têm o mesmo tratamento médico que as crianças alemãs quando se trata de doenças crónicas ou psicológicas.


"Crianças que perderam a sua terra e viveram coisas horríveis têm de encontrar rapidamente o caminho para voltar à normalidade", disse Christian Schneider, o diretor da UNICEF na Alemanha, adiantando: "Em primeiro lugar, as crianças não são requerentes de asilo, imigrantes ou refugiados, mas simplesmente crianças".


Embora apele a melhorias no apoio dado às crianças refugiadas, o estudo elogia o enorme esforço das autoridades e comunidades alemãs em 2015 e 2016 para alojar e alimentar mais de um milhão de migrantes que chegou ao país, muitos de países destruídos pela guerra como a Síria, o Iraque e o Afeganistão.


O estudo foi realizado entre maio e setembro de 2016, tendo sido questionados 447 funcionários e voluntários de centros de acolhimento, assim como famílias de refugiados (18 entrevistas), crianças e especialistas (13 entrevistas).

Lusa

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