A Escócia registará um 'tsunami' de casos de covid-19 nos próximos dias devido à variante ómicron, avisa esta sexta-feira a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, numa altura em que no Reino Unido se verifica um aumento exponencial de infeções.
"Para ser franca (...) podemos estar a começar a sentir um potencial tsunami de infeções", afirma, numa conferência de imprensa, afirmando que este é "talvez o crescimento exponencial mais rápido visto nesta pandemia até agora".
Nicola Sturgeon prevê que a variante Ómicron ultrapasse a variante Delta "dentro de alguns dias, não semanas" para se tornar na variante dominante na Escócia "talvez já no início da próxima semana".
O Reino Unido registou nas últimas 24 horas cerca de 58.194 novos casos de covid-19, um novo máximo desde 9 de janeiro, quando estava em confinamento, de acordo com os dados oficiais do Governo.
Foram também identificados 448 novos casos com a nova variante, elevando o total para 1.265.
Porém, a Agência de Segurança de Saúde britânica (UKHSA) estima que o número verdadeiro seja 20 vezes mais elevado, perto de 10 mil, e que, continuando a duplicar cada 2-3 dias, se torne dominante em todo o país ainda este mês.
Embora os especialistas britânicos estejam convencidos de que a variante Ómicron é mais contagiosa, ainda estão a tentar perceber se causa mais sintomas ou se consegue contornar a imunidade providenciada pelas vacinas.
O agravamento da pandemia levou o Governo britânico a impor, a partir desta sexta-feira, mais restrições em Inglaterra, como o uso obrigatório de máscaras em mais espaços públicos fechados, como teatros e cinemas, exceto a restauração.
A partir de segunda-feira, entra em vigor a recomendação para o teletrabalho e na quarta-feira em algumas salas, como discotecas, e em grandes eventos, como jogos de futebol, será exigido o certificado de vacinação ou teste negativo à entrada.
Estas novas medidas em Inglaterra foram mal recebidas por muitos deputados do Partido Conservador por considerarem que não são justificadas pelos dados, mas deverão ser aprovadas no Parlamento com a ajuda da oposição.
Algumas projeções de cientistas que aconselham o Governo apontam para mil hospitalizações por dia, se o número de infeções continuar a acelerar.
Entretanto, análises preliminares da UKHSA sugerem que uma terceira dose de vacinação garante cerca de 75% de proteção contra a variante Ómicron, mas que duas doses são insuficientes para evitar a infeção.
O Reino Unido é o país com maior número de mortes de covid-19 na Europa, 146.255 desde o início da pandemia, contando com 81,2% da população vacinada com duas doses da vacina e 38,6% com uma terceira dose.
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