Coronavírus

Bélgica negoceia compra de 10 mil doses de medicamento anticovid-19 da Merck

Informação é dada pelo ministro da Saúde federal da Bélgica, Franck Vandenbroucke.

MERCK & CO INC

SIC Notícias

A Bélgica está em negociações com a Merck & Co. para comprar 10 mil doses do medicamento anticovid-19 da farmacêutica norte-americana.

O comprimido desenvolvido em conjunto com a Ridgeback Biotherapeutics está em cima da mesa de negociações para aquisição por parte do Estado belga, diz o ministro federal da Saúde da Bélgica esta quarta-feira.

"Contudo, somos a favor de uma aquisição conjunta europeia", refere Franck Vandenbroucke.

O responsável pela pasta da Saúde na Bélgica acrescenta que as negociações bilaterais belgas seriam integradas na aquisição conjunta pela União Europeia.

A Agência Europeia do Medicamento já aprovou o uso de emergência do antiviral molnupiravir para a covid-19.

TAXA DE HOSPITALIZAÇÃO E DE MORTALIDADE REDUZIDAS EM 30%

A farmacêutica Merck divulga resultados completos de um ensaio clínico do comprimido, revelando que o medicamento reduz as taxas de hospitalização e morte em 30% - abaixo do valor inicial - em doentes em risco que a tomaram pouco depois de terem sido infetados.

o regulador norte-americano refere que o molnupiravir é eficaz em doentes com covid-19 em risco de hospitalização.

MEDICAMENTO PODE SER TOMADO DUAS VEZES POR DIA

O antiviral, também conhecido pelo nome Lagevrio, deve ser administrado "assim que possível após o diagnóstico" e no prazo de cinco dias após o aparecimento de sintomas.

Disponível em cápsulas, o medicamento deve ser tomado duas vezes por dia, durante cinco dias.

O regulador europeu do medicamento justifica a recomendação do uso do antiviral molnupiravir no tratamento da covid-19, mesmo não estando ainda autorizada a sua comercialização, para "apoiar as autoridades nacionais que podem decidir sobre a possível utilização precoce do medicamento", por exemplo, em contexto de "uso de emergência", face ao "aumento das taxas de infeção e mortes por covid-19 na União Europeia".

A decisão da agência, no caso do Comité de Medicamentos para Uso Humano, baseia-se numa revisão de dados, que incluiu resultados de um ensaio clínico com doentes não hospitalizados e não vacinados com uma comorbilidade que os colocava em risco de covid-19 grave.

Os efeitos secundários, ligeiros a moderados, mais frequentes durante o tratamento e nos 14 dias após a última toma do medicamento foram diarreia, náuseas, tonturas e dor de cabeça.

NÃO RECOMENDADO A GRÁVIDAS

Os reguladores europeu e norte-americano referem que o antiviral não é recomendado durante a gravidez e em mulheres que podem engravidar e não usam métodos contracetivos eficazes.

Já a amamentação deve ser interrompida durante o tratamento e quatro dias depois.

ENSAIO CLÍNICO

O ensaio clínico deste medicamento realizou-se em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics, em pessoas com casos ligeiros a moderados de covid-19 e, pelo menos, um fator de risco agravante.

Estes receberam o tratamento cinco dias após os primeiros sintomas.

A Merck tinha inicialmente dito que o comprimido, num ensaio clínico, reduziria para metade a taxa de hospitalização e morte.

Dos 700 pacientes em teste, metade recebeu o comprimido e a outra metade um placebo.

Os resultados foram suficientemente convincentes para que uma comissão independente de monitorização de dados, em consulta com o regulador norte-americano, decidisse interromper o ensaio prematuramente.

Os resultados completos, por outro lado, provêm da análise de mais de 1.400 pacientes, resultando numa redução mais modesta da taxa de hospitalização e morte.

Tanto os resultados intercalares, como os totais, apoiam "a avaliação global favorável do benefício/risco e eficácia do molnupiravir" para o tratamento de covid-19 leve a moderado em adultos de alto risco, diz a Merck.

De acordo com os resultados completos, a taxa de hospitalização dos pacientes a quem foi dado o medicamento foi de 6,8%, em comparação com 9,7% naqueles a quem foi dado um placebo.

Houve uma morte no grupo molnupiravir, em comparação com nove no grupo placebo.

Antivíricos como o molnupiravir funcionam reduzindo a capacidade de replicação de um vírus, retardando assim a doença.

A sua aplicação pode ser dupla: tanto para evitar que os já infetados sofram sintomas graves, como para evitar que aqueles que estiveram em estreito contacto desenvolvam a doença.

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