Coronavírus

Secretário de Estado aponta três critérios para avaliação da matriz de risco

Veja aqui quais são.

RODRIGO ANTUNES/Lusa

SIC Notícias

Lusa

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou esta quinta-feira que critérios como a vacinação, as variantes e a pressão sobre os hospitais podem ser considerados na avaliação de um novo modelo da matriz de risco de transmissibilidade da covid-19.

"Temos um grupo de trabalho que vem acompanhando esta matéria, quer nas medidas que possam ajustar a matriz de risco, quer em outros indicadores complementares, também importantes, como a vacinação, o tipo de variantes ou pressão sobre os serviços hospitalares, que podem vir a ser considerados quando se fizeram novas avaliações", disse António Lacerda Sales.

O governante, que participou numa visita ao Centro Hospitalar Universitário do Porto, foi também questionado sobre os utentes que não têm respondido às mensagens de agendamento da vacinação e das faltas de comparência nos dias de inoculação, considerando que são "situações pontuais".

"Tem havido um grande trabalho, nomeadamente no autoagendamento. Tentamos montar uma 'rede' que possa apanhar toda a gente, mas há situações pontuais em que as coisas não correm tão bem. Temos de recuperar essas pessoas que ficaram para trás", vincou o governante.

António Lacerda Sales disse que as dificuldades de comunicação nos agendamentos acontecem, sobretudo, em pessoas de maior idade, que não dominam tão bem as tecnologias, mas disse que estão a ser utilizados outros métodos de convocação para a vacinação.

"Temos usado o telefone, cartas, e até temos técnicos das juntas de freguesia e das câmaras municipais e irem à casa das pessoas. Não queremos que ninguém fique sem a vacina", afirmou o secretario de Estado.

O governante foi ainda confrontado com recentes declarações em que divulgou uma aceleração da vacinação na zona de Lisboa e Vale do Tejo, devido ao aumento de casos nessas áreas, o que causou indignação do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

"Já a 20 de maio tinha havido uma comunicação da 'task-force' onde se disse que iríamos acelerar a vacinação nas zonas que estivesse com menor percentagem [de inoculação] que era Lisboa e Vale do Tejo e Algarve. Nessa minha conferência de imprensa, onde o enfoque estava sobre os casos em Lisboa, o que fiz foi reiterar o que teria sido dito anteriormente", explicou António Lacerda Sales.

O Secretário de Estado disse que "não houve nenhum erro" na comunicação e considerou que o assunto já teve "um ponto final".

Vão ser apresentadas novas etapas para o desconfinamento na reunião no Infarmed

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu uma alteração da chamada matriz de risco, mas os especialistas que estão a trabalhar com o Governo entendem que ainda é cedo para alterações. A SIC sabe, contudo que, esta sexta-feira, na reunião do Infarmed serão apersentadas novas fases para o desconfinamento.

Na sala do Infarmed transformada em quartel general da pandemia, os cientistas dirão esta sexta-feira aos políticos que há razões para continuar o desconfinamento.

Ao que a SIC apurou, serão apresentadas três etapas de desconfinamento, que vão permitir mais alívio na restauração, a abertura de alguns bares e a realização de alguns eventos até agora proibidos. Mas continuam sem datas previstas e, para já, sem margem de abertura alguns setores, como por exemplo as discotecas.

A matriz de risco é a equação que permite traçar as chamadas linhas vermelhas. Entram para as contas deste barómetro o índice de transmissibilidade e o número infetados por cada 100 mil habitantes a cada 14 dias. Sempre que esse valor está acima dos 120 é sinal de alerta. É assim desde março.

Na sala do Infarmed esta sexta feira, Marcelo irá ouvir os argumentos de quem defende que é demasiado cedo para confiar na confiança que cresce com o aumento da vacinação.

A fase é considerada de transição, mas as novas variantes e as incertezas quanto à duração da imunidade promovida pelas vacinas levam os cientistas a sugerir cautela. Se o Governo acatar as sugestões a matriz de risco deverá manter-se inalterada, pelo menos, para já.

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