Um primeiro grupo com mais de uma dezena de imigrantes foi realojado a meio da madrugada no complexo hoteleiro Zmar, em Odemira. Para o efeito, a GNR mobilizou um contingente musculado de homens armados e cães para entrar de forma forçada no empreendimento.
O grupo de imigrantes, que inclui mulheres e crianças, chegou ao Zmar pouco depois das 4 da manhã. Todos testaram negativo à covid-19, mas estavam em casas identificadas sem condições.
Para os proprietários a operação foi desproporcionada e sem explicações ou plano de convivência.
Advogado de donos de casas no Zmar interpõe providência cautelar contra requisição
O advogado que representa um grupo de proprietários de casas no Zmar informou que interpôs em tribunal uma providência cautelar contra a fundamentação da requisição temporária do complexo turístico decretada pelo Governo.
Segundo o advogado, entre os argumentos a contestar a fundamentação da requisição temporária do Zmar Eco Experience decidida pelo Governo está o facto de, "no documento" do executivo, este "dizer que dialogou com os proprietários".
"Disseram que conversaram connosco antes e que nunca chegaram a acordo. Isso é mentir, nunca falaram connosco", argumentou.
Além disso, "o Zmar enquanto empresa não existe, portanto, a requisição civil é apontada ao Zmar mas, neste momento, não existe, o que existe é a massa insolvente do Zmar", alegou.
"Por isso, a requisição civil vai dirigida a uma entidade que não existe e não se pode aplicar a nós", salientou, dando conta de mais um argumento a que recorreu na providência cautelar.
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