A reabertura das esplanadas nos estabelecimentos de restauração e pastelaria está incluído na segunda fase do plano de desconfinamento, que iniciou esta segunda-feira. Mas ainda há regras que deverá seguir para usufruir deste serviço em segurança. Para facilitar a adaptação dos comerciantes e clientes, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) atualizou o guia de boas práticas.
O distanciamento e o gel desinfetante são normas já conhecidas e irá continuar a encontrar um frasco à entrada dos estabelecimentos. No documento, publicado pela AHRESP, aconselha-se a que privilegie, sempre que possível, a distância de dois metros entre os funcionários e os clientes.
A mesma regra aplica-se à disposição das mesas: as mesas das esplanadas exteriores e estas devem estar a uma distância de, pelo menos 1,5 metros. Os trabalhadores devem “informar os clientes que não podem modificar a orientação das mesas e das cadeiras” e que “devem evitar tocar em superfícies e objetos desnecessários”.
A disposição das pessoas à volta da mesa deve ser ponderada de forma a que os coabitantes se sentem “frente a frente ou lado a lado, a uma distância inferior da dois metros”, sempre que possível.
Recorde-se que, segundo o decreto de lei que estabelece as regras para o esta de emergência, continua a ser “proibido o consumo de refeições, produtos ou bebidas à porta do estabelecimento ou nas suas imediações”. Também a venda de bebidas alcoólicas mantém-se proibida entre as 20:00 e as 06:00.
No caso de filas de espera, os clientes devem manter uma distância de dois metros entre si, preferencialmente no espaço exterior ao estabelecimento. O número máximo de clientes em simultâneo dentro do estabelecimento deve estar afixado, assim como as normas da DGS em vigor. É ainda incentivada a criação de um percurso, assinalado de forma adequada, para permitir uma melhor e mais rápida circulação dentro do estabelecimento.
Sempre que possível, deve-se “promover e incentivar o agendamento prévio para reserva de lugares por parte dos clientes”. Os lugares em pé são desaconselhados.
Quanto à higienização dos espaços, a AHRESP inclui um conjunto de boas práticas – que vai desde a higienização regular das mão dos trabalhadores à forma de limpar e desinfetar as superfícies – para evitar a propagação da covid-19.
Evitar aglomerados e manter o uso da máscara
A segunda fase do desconfinamento abre a porta a uma maior socialização, mesmo que com limitações e em pequenos grupos. Teresa Leão, investigadora do Instituto de Saúde Pública Universidade do Porto, enumera um conjunto de medidas de proteção pessoal a ter em conta nesta fase.
A investigadora sugere que se avalie o número de pessoas fora do agregado familiar com quem se vai estar, tentando "estar com o menor número possível para que haja menor risco possível de transmissão".
A avaliação da densidade de pessoas no local, como uma esplanada ou um parque, deve também seguir uma "regra" principal: "se estiver densidade muito elevada, não ir". As distâncias físicas, devem ser mantidas e, caso sejam muito pequenas nesses locais, a recomendação continua a ser "não ir".
Teresa Leão defendeu também que se privilegiem os encontros no exterior, em vez de em casa. No entanto, se o encontro for no interior de uma habitação, a especialista apelou ao uso contínuo de máscara. Avança ainda que se evitem almoços e jantares, porque nessas situações o risco de contágio é maior.
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