Coronavírus

Covid-19. Hospital em Famalicão nega "qualquer fraude" na vacinação

Administrador do hospital diz que a mulher e a filha foram vacinadas porque se voluntariaram para ajudar no combate à pandemia.

Ariel Schalit

SIC Notícias

Lusa

O administrador do Hospital Narciso Ferreira, em Famalicão, negou esta segunda-feira "qualquer fraude" no processo de vacinação na instituição, garantindo que a mulher e a filha foram vacinadas porque se voluntariaram para ajudar no combate à pandemia de covid-19.

Em comunicado enviado à Lusa, Salazar Coimbra acrescenta que ele próprio foi vacinado porque é diretor clínico do hospital, situado em Riba de Ave, Vila Nova de Famalicão, e propriedade da Santa Casa da Misericórdia local.

Recusando "qualquer fraude", o responsável explica que tanto a mulher como a filha, médica, foram incluídos no plano de vacinação daquela instituição porque ambas se ofereceram para ali dar apoio "na linha da frente da prestação de cuidados a doentes" covid-19.

"Não existe, assim, qualquer fraude no processo de vacinação. Aliás, sempre se diga que outros familiares de outros trabalhadores que colaboram com a instituição foram igualmente vacinados", lê-se no comunicado.

O caso

Na edição desta segunda, o Correio da Manhã dá conta de alegada vacinação indevida da mulher e filha de Salazar Coimbra, deixando para trás cerca de 20 médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham no internamento covid-19.

Nenhuma delas trabalha naquela unidade.

Em comunicado, o clínico recusa que tenha havido qualquer fraude e explica que o facto de o nome da mulher ter surgido como médica é um lapso dos serviços administrativos.

Em relação à filha, a justificação é a de que, como médica, disponibilizou-se para reforçar a unidade covid.

O administrador admite que houve uma "errónea referência e identificação" à mulher como médica, facto que atribui a um "mero lapso dos serviços administrativos, o qual poderá ter sido motivado por mero desconhecimento, em nada contendendo com o processo em causa".

Em relação à filha, Salazar Coimbra refere que é médica e que também se disponibilizou "de forma altruísta" para reforçar a unidade de doentes covid-19 do Hospital Narciso Ferreira, "em virtude da extrema necessidade de profissionais capazes de permitir uma resposta urgente ao elevado número de doentes na unidade".

O administrador sublinha que o hospital "tinha e tem necessidade de profissionais que cubram todas as carências no atual cenário pandémico, motivo pelo qual aceitou a disponibilidade da profissional em causa, integrando-a no quadro de médicos para a unidade covid-19 na linha da frente".

Contactada pela Lusa, a Administração Regional de Saúde do Norte disse que o Grupo de Trabalho para a vacinação covid-19 incumbiu a Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS) de averiguar todo o processo de vacinação e a forma como está a decorrer, "no sentido de apurar da existência, ou não, de eventuais inconformidades".

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