As organizações representativas das farmácias manifestaram esta quarta-feira a sua disponibilidade para contribuírem para a vacinação dos portugueses contra a covid-19, considerando que cabe ao Ministério da Saúde "fazer esta opção".
"Seria incompreensível que Portugal, tendo uma das melhores redes de Farmácias da Europa, com três farmacêuticos, em média, por farmácia, com mais de 5.000 farmacêuticos habilitados para administrar a vacina, não utilizasse esta capacidade instalada para executar o Plano de Vacinação covid-19", refere a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, a presidente da Associação de Farmácias de Portugal e o presidente da Associação Nacional das Farmácias.
Segundo o comunicado conjunto, os farmacêuticos estão "cientificamente preparados para vacinar" e administram, anualmente, mais de "um milhão de vacinas e injetáveis" no país.
De acordo com as três entidades, estes profissionais "lideram com absoluta competência" o processo de distribuição e armazenamento de medicamentos, que, no caso da vacinação covid-19, implica "condições especiais de frio e segurança, bem como uma infraestrutura adequada para garantir a administração, em alguns casos de duas doses, num curto espaço de tempo".
"Devemos observar o que se está a fazer noutros países, como o Reino Unido, os Estados Unidos, a Irlanda, o Canadá e a Austrália, que já integraram ou estão em processo de integração dos farmacêuticos comunitários no plano de vacinação covid-19, através das suas redes nacionais de Farmácias", alegam. "Cabe a quem coordena esta complexa operação no Ministério da Saúde fazer esta opção", adianta o comunicado assinado por Ana Paula Martins, Manuela Pacheco e Paulo Cleto Duarte.
Marta Temido disse esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que a vacina será universal, destinada a todos os que tiverem indicação clínica, facultativa e gratuita. E acrescentou que numa primeira instância, a vacina só será administrada pelo Serviço Nacional de Saúde, excluindo as farmácias.
"Admitimos a possibilidade de vários cenários. Num primeiro momento, haverá maior escassez de vacinas, mas depois devemos passar para um cenário de maior abrangência ao longo de 2021 e também deve haver a expansão dos pontos de administração.", afirmou."
O plano nacional de vacinação contra a covid-19 vai ser apresentado na quinta-feira, anunciou na terça-feira o primeiro-ministro, António Costa.
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