O Hospital de Santa Maria e o Hospital Pulido Valente, em Lisboa, informaram esta quarta-feira a decisão de suspender as "atividades não-urgentes e não-prioritárias", nomeadamente no que diz respeito às cirurgias.
Numa circular que fez chegar à redação da SIC, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte informa, no entando, que se mantêm as restantes cirurgias, como as prioritárias e de ambulatório, as consultas presenciais e hospitais de dia.
De acordo com o documento, a administração indica que "deverão ser desde já revistas as programações já efetuadas e adaptadas as planificações que doravante sejam realizadas".
O Hospital de Santa Maria é o maior hospital do país. A decisão faz parte do plano de contingência do centro hospitalar devido à necessidade de vagas para internamento de doentes Covid.
Autorização do Ministério da Saúde
Os hospitais sob maior pressão podem ter de suspender a atividade não urgente para garantir resposta aos doentes com Covid-19.
O Ministério da Saúde já tinha emitido um despacho onde autorizava os hospitais a fazê-lo durante o mês de novembro e, com a pressão a aumentar, essa pode ser a solução para algumas instituições. É uma decisão que a comunidade médica queria evitar, depois de terem ficado por realizar milhares de atos médicos durante a primeira vaga.
A Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares pedem uma maior coordenação entre hospitais para libertar camas e transferir doentes zonas menos pressionadas pela pandemia.
Pressão nos hospitais de Lisboa e Alentejo
Esta segunda-feira, o número de internamentos em todo o país ultrapassou os 3 mil, segundo os dados da Direção-Geral de Saúde.
Mas a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares antecipa um cenário ainda menos animador para o final da semana, com 4500 pessoas internadas, 605 nas unidades de cuidados intensivos.
A pressão deverá sentir-se sobretudo no Norte, onde o número de novos casos mais aumenta, mas também em Lisboa e Vale do Tejo e no Alentejo.
Pressão nos hospitais da região Centro
Na região centro do país, começa a aumentar a pressão nos dois maiores hospitais. Coimbra e Viseu juntos têm mais de 230 doentes internados, 27 dos quais em cuidados intensivos e nos dois os recursos humanos estão no limite.
Os dois maiores hospitais da região Centro do país começam a sentir os efeitos do crescimento do número de infetados com covid-19. Tanto o Centro Hospitalar de Viseu como o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra receberam nas últimas semanas doentes vindos dos hospitais a Norte do país sem resposta para tantos casos covid.
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