Israel registou nas últimas 24 horas um recorde de 1.977 novos casos de covid-19, numa altura em que são muitos os protestos contra a forma como o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem gerido a pandemia.
Esta quarta-feira as autoridades sanitárias israelitas deram conta de 1.977 novos casos em 24 horas, o número mais alto de contágios diários desde o início da pandemia, num dia em que dezenas de manifestantes se acorrentaram diante do Parlamento em Jerusalém bloqueando temporariamente o acesso ao edifício.
A polícia israelita deteve quatro deles e rapidamente os dispersou da manifestação, convocada para protestar contra uma votação, prevista para hoje no Parlamento, que prevê a possibilidade de o Governo deixar de necessitar do hemiciclo para tomar mais medidas para combater a pandemia do novo coronavírus.
Os protestos que decorrem defronte da residência de Netanyahu decorrem há sete dias consecutivos, com a polícia a carregar com medidas cada vez mais duras sobre os manifestantes.
Governo pode voltar a impor o confinamento em todo o país
Israel tinha registado nos últimos dias um número decrescente de novos casos diários, provavelmente relacionado com uma menor quantidade de testes, mas terça-feira o total de infetados tem rondados os 2.000 por dia.
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Este total constitui um limite que, se ultrapassado, para autorizar o Governo a impor novamente o confinamento em todo o país.O número de casos de covid-19 confirmados desde o início da crise sanitária ronda os 55.000 e mais de 31.000 estão ativos, indicou esta quarta-feira o Ministério da Saúde israelita, que deu também conta de que 259 pessoas estão nos cuidados intensivos.
Nas últimas 24 horas, Israel contabilizou mais sete mortes, subindo para 430 o total de óbitos no país.
O impacto desta que é considerada localmente como uma segunda vaga da pandemia - mais forte do que a primeira - e os seus efeitos na economia tem levado muitos israelitas a protestar nas ruas das principais cidades contra a forma como o Governo de Netanyahu tem estado a gerir a crise sanitária, alterando as medidas a cada poucos dias para evitar a propagação dos contágios.
850 mil pessoas sem emprego
Segundo dados oficiais, mais de 850.000 pessoas estão sem trabalhar e a taxa de desemprego disparou para 21%, depois dos 4% registados em fevereiro.
Além da precária situação económica, a corrupção que envolve a acusação, já em julgamento num tribunal, a Netanyahu tem exaltado os ânimos dos trabalhadores.
O descontentamento está também, e sobretudo, a atingir os jovens, faixa etária que tem constituído o grosso dos manifestantes.