Quando os resultados de uma investigação são publicados numa revista científica é sinal que estão a ser dados passos seguros numa descoberta.
Foram esta segunda-feira conhecidos os resultados preliminares dos testes a uma vacina para a Covid-19, publicadas na revista The Lancet.
A vacida de Oxford foi testada em 1.077 voluntários entre os 18 e os 55 anos. Os resultados são promissores, dizem os insvestigadores, mas o português Miguel Castanho, do Instituto de Medicina Molecular, prefere ser mais cauteloso.
"São boas noticias, mas é o início de um longo processo. E estes reusltados não garantem o sucesso de uma corrida, que é uma maratona, e há uma história de vacinas que falharam em passos posteriores. E algumas quase, quase no final", diz o investigador português.
Em média uma vacina demora 15 anos a sair para o mercado. O laboratório da vacina desenvolvida em Oxford garante que num amanhã tão breve quanto possível, coloca no mercado dois mil milhões de doses.
Vacina de Oxford desencadeia resposta imune e produz anticorpos que podem combater o coronavírus
Os dados mais recentes divulgados sobre a vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Universidade de Oxford, são promissores.
Apesar de ainda ser cedo para se conhecer a real eficácia da vacina, os primeiros resultados indicam que parece segura, desencadeia uma resposta imune e produz anti-corpos que podem combater o vírus.
O estudo mostrou que 90% das pessoas desenvolveram anticorpos depois de administrada apenas uma dose.
"Não conhecemos ainda a quantidade certa para uma proteção segura, mas podemos maximizar as respostas com uma segunda dose", explicou Andrew Pollard à BBC.
Segundo o estudo, os voluntários não desenvolveram efeitos secundários graves, porém 70% das pessoas tiveram febre ou dor de cabeça depois de tomar a vacina.
Uma outra investigadora de Oxford, Sarah Gilbert, reforça que "ainda há muito trabalho pela frente antes de ser confirmada a eficácia da vacina contra o novo coronavírus, mas que estes resultados são animadores".
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Medicamento para a Covid-19. Cientistas britânicos testam nova terapêutica
Além dos avanços promissores na investigação de vacinas, há também um novo desenvolvimento na terapêutica contra a Covid-19.
A Universidade de Southampton, no Reino Unido, anunciou que um novo medicamento pode reduzir em 79% o risco da doença se desenvolver de forma severa.
O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS TESTES SEROLÓGICOS?
Os testes serológicos permitem medir a presença de anticorpos contra um vírus no sangue. Permitem perceber se a pessoa esteve em contacto com o vírus e se adquiriu imunidade.
No caso concreto do novo coronavírus 2019-nCoV que provoca a Covid-19, ainda é um grande desconhecido e tem de ser muito estudado, explica Francisco Antunes, Infecciologista e antigo diretor Serviço Doenças Infecciosas Hospital Santa Maria.