Coronavírus

Ensino à distância chegou sem pré-aviso. "Temos que construir pontes e limar algumas arestas"

Entrevista ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Ana Luísa Monteiro

Passados três dias do arranque do terceiro período e a três dias do início da telescola na RTP Memória, continuam a existir dúvidas por parte de professores, alunos, escolas e famílias sobre o ensino à distância.

Os alunos do ensino secundário ainda não sabem se terão aulas presenciais, ainda não foram identificados todas as crianças e jovens que não têm acesso a computador e internet e a dinâmica das famílias tem sido afetada por este novo processo, que obriga os pais - alguns em teletrabalho - a dedicarem horas a acompanharem os filhos na escola.

Numa entrevista à SIC Notícias, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, reconheceu esta quinta-feira todas estas dificuldades e, por isso, quis enaltecer o esforço que tem sido levado a cabo pelos professores, pelas escolas e pelas famílias, que têm criado pontes entre si. Um trabalho que tem sido estendido também à sociedade civil, como diz o ministro, com as autarquias e juntas de freguesia a identificarem os alunos sem computador ou internet e a dotá-los de ferramentas para que ninguém fique para trás.

Telescola renovada

Em relação à possível discrepância entre a matéria dada pelos professores e os conteúdos da telescola, Tiago Brandão Rodrigues ressalva que vão ser utilizados "blocos temáticos de largo espetro", isto é, que podem servir para novas aprendizagens ou para reforçar o que já foi anteriormente lecionado.

Ao todo serão 65 blocos semanais - um total de 650 blocos durante o terceiro período - num projeto que envolve dezenas de intérpretres de língua gestual e centenas de professores, que lecionam em seis agrupamentos distintos.

Para o ministro, Portugal escolheu o processo "menos facilista", ao contrário de outros países da União Europeia, ao empenhar esforços no terceiro período e a desenhar uma estratégia de recuperação para o próximo ano.

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