Coronavírus

Primeiro caso de transmissão entre humanos no continente americano

A Organização Mundial de Saúde declarou emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus.

Aaron Favila

O novo coronavírus tem um elevado risco de contágio entre humanos, pelo que aumentam os receios de que o vírus se espalhe mais rapidamente e numa área cada vez maior.

Na Europa, já foram confirmados casos de infeção viral em cinco países: Itália, França, Alemanha, Finlândia e hoje no Reino Unido.

A Itália decretou hoje o estado de emergência para evitar contágios;

Quanto a transmissão entre seres humanos, já foram confirmados casos na Alemanha, no Japão, em França e hoje nos Estados Unidos.

  • Caso de infeção na Alemanha alerta Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças

EUA desaconselham viagens para a China

Nos EUA, foi hoje confirmado o primeiro caso de transmissão do vírus entre humanos: uma mulher de 60 anos que regressou da China e infetou o marido. São agora seis os casos nos EUA.

O Departamento de Estado recomendou aos norte-americanos para não viajem para a China e aconselha a sair do território os que lá estão.

Os norte-americanos "atualmente na China devem explorar a possibilidade de deixar o país usando meios comerciais", indicou o Departamento de Estado num comunicado publicado no seu site.

Por outro lado, solicitou que "todos os funcionários não essenciais do Governo dos Estados Unidos adiassem a sua viagem à China por causa do novo coronavírus", que causou 213 mortes e infetou 9.692 pessoas.

Emergência de saúde pública internacional

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou quinta-feira emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus na China. Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Para a declarar, a OMS considerou três critérios:

  • uma situação extraordinária
  • o risco de rápida expansão para outros países
  • que exije uma resposta internacional coordenada.

Esta é a sexta vez que a OMS declara emergência de saúde pública internacional.

A OMS opõe-se à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ser uma emergência de saúde pública internacional.

Casos confirmados pelo mundo

Além da China e dos territórios chineses de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos confirmados do novo coronavírus em 19 outros países - na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

A cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, está isolada do mundo desde há uma semana, como a quase totalidade da província de Hubei, onde vivem 56 milhões de pessoas, impedidas de deixar a região.

Os Estados Unidos e o Japão retiraram parte dos seus concidadãos de Wuhan. Portugal vai igualmente repatriar cidadãos da mesma cidade chinesa, juntamente com outros países europeus.

Várias companhias aéreas decidiram suspender ou reduzir os seus voos para a China continental face à propagação do novo coronavírus (família de vírus que pode causar pneumonia viral).

A Rússia anunciou na quinta-feira a intenção de fechar 4.250 quilómetros de fronteira com a China e o Cazaquistão ordenou o encerramento das ligações em autocarro, avião e comboio com o mesmo país vizinho.

Valores mais elevados de contágio que a SARS

O número de casos de infeção pelo novo coronavírus, designado provisoriamente pela OMS como "2019-nCoV", ultrapassa a cifra de contágios verificada com a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), causada por um outro coronavírus, mas igualmente detetada na China e que se estendeu a outros países, em 2002 e 2003.

A SARS infetou 5.327 pessoas na China e provocou 774 mortos no mundo, incluindo 349 na China continental.

Até 31 de janeiro, a China confirmou 213 mortos e mais de 6000 infetados.

As quase 6.000 infeções confirmadas mostram que já foi ultrapassado na China o número de pessoas afetadas durante a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que atingiu 5.327 pessoas entre novembro de 2002 e agosto de 2003, segundo dados oficiais.

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