Conflito Israel-Palestina

"Este lugar é nosso": Israel contra, enquanto ONU tenta reconhecer Estado da Palestina

Esta sexta-feira, vai a votos nas Nações Unidas a declaração de Nova Iorque, que pretende pressionar Israel a um cessar-fogo. O documento assenta na formulação de dois Estados. Mas Netanyahu insiste que "não haverá um Estado palestiniano".

Cristina Neves

A Assembleia Geral das Nações Unidas tenta, esta sexta-feira, dar um passo para o reconhecimento do Estado palestiniano. Vai ser votada uma declaração que visa revitalizar a solução dos dois Estados. Se for aprovada, servirá de base à cimeira onde França e vários países prometeram reconhecer o Estado da Palestina.  

No mesmo local onde assinou um acordo para avançar com a expansão israelita na Cisjordânia ocupada, Benjamin Netanyahu foi inequívoco. “Dissemos que não haveria um Estado palestiniano e repetimos que não haverá um Estado palestiniano”, afirmou o primeiro-ministro de Israel. 

“Este lugar é nosso”, frisou. 

Uma declaração que esbarra com os esforços internacionais para pôr fim à guerra em Gaza e que assentam na solução de dois Estados.  

Numa altura em que vários países se preparam para reconhecer o Estado palestiniano, Netanyahu mostra-se cada vez mais desafiador. A nível interno, esmagou as críticas da própria liderança militar e prosseguiu com a expansão militar no enclave.  

Ataque ao Qatar isolou mais Israel

Milhares de palestinianos, exaustos e famintos, são forçados a sair da Cidade de Gaza, apontada por Israel como o bastião remanescente do Hamas. O cerco, a fome instrumentalizada e os bombardeamentos cegos ditaram o crescente isolamento do governo israelita, que se intensificou com o ataque unilateral ao Qatar.  

Esta quinta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou o bombardeamento a Doha. Os 15 Estados-membros abstiveram-se, no entanto, de mencionar diretamente Israel como o agressor. No entender dos governos vizinhos, sobretudo o do Qatar, o ataque que eliminou membros do Hamas em Doha matou qualquer esperança para os reféns em Gaza.  

Esta sexta-feira, vai a votos a declaração de Nova Iorque, que pretende pressionar Israel a um cessar-fogo. Assenta na formulação de dois Estados, mas condena diretamente o Hamas pelos ataques de 7 de outubro e exclui o movimento de uma intervenção no Estado palestiniano que vários países pretendem ver reconhecido.

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