Esta segunda-feira foi montada a logística para as diligências que arrancam terça-feira. Cerca de dez inspetores da judiciária chegaram na véspera do arranque das buscas, antes dos colegas alemães e ingleses, para preparar a logística. Serão pelo menos dois dias de trabalho.
A expectativa é que nesta espécie de península, na bacia do Arade, esteja alguma pista que ligue Christian Brueckner a Madeleine Mccann. O homem é apontado pelas autoridades alemãs como suspeito do desaparecimento da menina e também arguido na investigação portuguesa, apesar de sempre ter negado qualquer envolvimento no caso.
Na véspera das diligências, foram montados dois campos de trabalho. O primeiro, junto à estrada, tem uma tenda da judiciária e outra da proteção civil. O segundo, mais perto da água, é onde decorrerão os trabalhos pesados.
A Proteção Civil foi chamada a apoiar com a logística. Trouxe uma terceira tenda, cadeira, contentores de lixo, carrinhos de mão, pás e picaretas. Tudo material deixado numa zona de acesso interdito.
Numa primeira fase, a judiciária delimitou o perímetro. Depois, a GNR foi chamada a garantir que estranhos não se aproximariam.
Sabe-se apenas que o principal suspeito do desaparecimento de Maddie costumava frequentar o local. Um acesso escondido no meio do arvoredo, conduzia a uma clareira. Espreguiçadeiras, restos de fogueiras e bancos improvisados permitiam estar perto da água, sem se ser visto. Brueckner dizia ter encontrado por aqui um “pequeno paraíso”.
Com a escavação à volta do local, as autoridades alemãs esperam que se consiga alguma pista que ligue Brueckner a Madeleine Mccann ou a qualquer outra vítima.
Cristian está detido na Alemanha precisamente pela violação, no Algarve, de três mulheres e dois outros crimes de abusos sexuais.
A análise aos registos das chamadas efetuadas na Praia da Luz na noite em que Madeleine desapareceu, colocam o homem de 47 anos, na zona do Ocean Club.
A zona da barragem do Arade chegou a ser local de buscas privadas em 2008. Na altura, um advogado da Madeira dizia ter recebido uma denuncia de que Madeleine teria sido morta e atirada para a água. A pista não terá sido validada pelas autoridades portuguesas e Marcos Aragão Correia chegou a contratar por conta própria mergulhadores. Foi encontrado um saco com ossos, que se veio depois a provar serem de animais e não humanos.
16 anos depois de Madeleine Mccann ter desaparecido, sem qualquer prova inequívoca que aponte se estará viva ou morta, as buscas regressam ao Algarve. A judiciária promete, no final das diligências, informações sobre os resultados.