Carlos Moedas (PSD/CDS/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU) e Bruno Mascarenhas (Chega) estiveram frente a frente no primeiro debate rumo às eleições autárquicas de 12 de outubro.
Durante mais de uma hora na SIC e na SIC Notícias, os candidatos falaram sobre temas como habitação, segurança, lixo e o acidente no Elevador da Glória.
Para Martim Silva, diretor-adjunto de Informação da SIC, Carlos Moedas “não venceu e não sobressaiu” durante o debate. No entanto, tendo em conta as expectativas, salvou-se.
“Ele veio de semanas muito difíceis e aguentou-se. Mostrou uma postura mais moderada. Não falou nos “sicários” do PS e não se colou às teses do Chega e de Bruno Mascarenhas sobre imigração a insegurança.”
“Para cada tema ela tinha um número”
Já Alexandra Leitão “mostrou-se muito preparada” em todos os assuntos debatidos, mas “perdeu uma oportunidade de ser mais incisiva”, principalmente quando se falou sobre o acidente que abalou Lisboa.
“Para cada tema ela tinha um número, sabia os dossiês todos. Falou bem, sobretudo, sobre o lixo, habitação e videovigilância. Acho que se notou que, sendo uma pessoa muito preparada e nada radical, ao contrário do que muitas vezes Moedas diz, faltou o killer instinct politico”, considera Martim Silva.
O diretor-adjunto da SIC tem dúvidas de que a socialista tenha conseguido "mostrar aos lisboetas que tem um projeto alternativo e que é seguramente melhor do que Carlos Moedas para gerir a Câmara de Lisboa.
“João Ferreira foi o melhor”
Martim Silva considera que o candidato da CDU, que já leva 12 anos na vereação em Lisboa, foi o que esteve melhor na discussão.
“Sabe os dossiês de cor, mete as propostas todas em cima de mesa, e beneficiou do facto de Moedas não o atacar. Foi o que saiu mais beneficiado de um debate a quatro.”
“Mascarenhas não é Ventura”
Já Bruno Mascarenhas, o candidato do Chega à capital, tem o mesmo problema do partido em todas as autárquicas, considera o jornalista da SIC, em alusão à dependência da figura de André Ventura.
“O Chega é Ventura e Ventura é o Chega. Se ouvirmos Mascarenhas, percebemos que ele repetiu as ideias todas do Chega. Mas não é Ventura a dizê-las.”
Ainda assim, Martim Silva considera que o voto de ressentimento pode, de alguma maneira, ser transferido de Ventura para os vários candidatos autárquicos.