Em declarações à televisão nacional espanhol, TVE, o ministro do Interior (Administração Interna) de Espanha afirmou que hoje o executivo de Mariano Rajoy vai avaliar "a oportunidade" de manter um encontro com o PSOE, de Pedro Sánchez, no quadro do pacto antiterrorista assinado em fevereiro entre o presidente do Governo e o líder da oposição.
Espanha terá eleições gerais (o equivalente às legislativas em Portugal) a 20 de dezembro.
O ministro Jorge Fernández Díaz destacou à TVE que o pacto antiterrorista tem sido um instrumento de "grande eficácia e utilidade" permitindo um contacto "muito fluído" entre o Governo e o PSOE nesta mantéria.
Também no sábado, o Governo espanhol vai analisar a necessidade de elevar o nível de alerta antiterrorista para o máximo, na sequência dos atentados terroristas em Paris.
Espanha está atualmente no nível 4 de alerta (numa escala que vai até cinco). O executivo de Mariano Rajoy tinha elevado o alerta para o nível atual após os atentados jihadistas de junho em França, Tunísia, Kuwait e Somália. Este nível 4 indica um "risco alto de atentado" e pressupõe um maior controlo policial, incluindo o policiamento de infraestruturas consideradas críticas.
No início do mês, a polícia espanhola deteve três marroquinos residentes em Madrid, alegadamente vinculados ao Estado Islâmico, suspeitos de estarem a preparar atentados terroristas em território espanhol, nomeadamente na própria capital espanhola.
Os três homens constituíam "um grupo vinculado à organização terrorista DAESH" (acrónimo árabe para o autodenominado Estado Islâmico).
Desde o início do ano, a polícia espanhola já deteve mais de 90 suspeitos jihadistas (mais de 60 em território espanhol e pelo menos 27 noutros países).
O número de jihadistas detidos pelas autoridades espanholas desde os atentados de 11 de março de 2004 na estação de Atocha, em Madrid, ascende a mais de 590.
Vários ataques registados hoje à noite, em Paris, provocaram a morte de pelo menos cem pessoas, segundo fontes policiais.
O Presidente francês, François Hollande, já anunciou o estado de emergência e o encerramento das fronteiras de França na sequência do que classificou de "ataques terroristas sem precedentes" no país.
Lusa