Ao que a SIC apurou as notificações aos arguidos deverão ficar concluídas durante esta manhã. À tarde serão notificados os advogados da defesa.
O Ministério Público vai concluir o despacho de acusação do caso do roubo de armas de Tancos até ao final do dia de hoje.
Processo conta com 25 arguidos, entre eles João Paulino, alegado mentor do plano do roubo, preso preventivamente desde setembro e Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa.
A SIC sabe que, do processo, constam diversas escutas telefónicas, incluindo as que foram feitas a Vasco Brazão, líder da investigação na Polícia Judiciária Militar.
Numa delas, o major diz à irmã que o "papagaio-mor do reino" sabia da investigação paralela e do plano de encobrimento crime.
A investigação chegou na altura a admitir a possibilidade de se referir ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A defesa de Vasco Brazão, entretanto já garantiu que o major não se referia ao chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa sempre negou ter sido informado da encenação negociada com os assaltantes. A escuta em causa não consta da acusação.
Resumo do Caso de Tancos
- O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017
- 4 meses depois, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
- Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
- O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial em que foram detidos o agora ex-diretor da PJM.
- No dia 12 de outubro de 2018, Azeredo Lopes apresentou a sua demissão do cargo de ministro da Defesa Nacional.
- Na base do pedido de demissão de Azeredo Lopes estiveram os desenvolvimentos do processo de investigação judicial ao desaparecimento e recuperação das armas furtadas nos paióis de Tancos.
Azeredo Lopes terá pedido compreensão à ex-PGR no caso da recuperação de armas de Tancos
Joana Marques Vidal alertou o então ministro da Defesa para a falta de correção da Polícia Judiciária Militar. A investigação acrdita que o ex-ministro da Defesa é suspeito de ter protegido criminosos.