Alterações Climáticas

Produção de mel em Portugal: incêndios e alterações climáticas provocam perdas até 90%

Os produtores de mel estão desesperados. Dizem que a produção está a ser a pior dos últimos 15 anos, com quebras entre 50 e 90%, consoante a região do país. As alterações climáticas são o principal motivo, agravado pelos incêndios deste verão, que destruíram mais de 14 mil colmeias.

João Faiões

João Tuna

Por muito que as abelhas se tentem adaptar às mudanças climáticas, estão sempre dependentes das florações. Este ano, a instabilidade meteorológica prejudicou, mais uma vez, a produção de mel.

A quebra de produção de mel nas zonas de montanha atingiu os 90%, e em regiões de planície caiu para metade.

"Foram as piores quebras dos últimos 15 anos. No ano anterior, havia quebras em determinadas zonas, mas neste momento é em todo o país", salientou, à SIC, Manuel Gonçalves, da Federação Nacional de Apicultores.

No entanto, a fraca produção de mel deste ano não implica o aumento do preço do produto, que se deverá manter devido à importação.

E se o fator climático tem efeito imediato na produção, os incêndios deste verão, que destruíram 14 mil colmeias e afetaram outras tantas, vão-se refletir nos próximos anos.

Para atenuar os prejuízos e incentivar a reposição do potencial produtivo, há apoios prometidos pelo Governo que vão ser pagos.

De acordo com as declarações da atividade apícola, atualizadas em 2020, existiam à data mais de 12 mil apicultores registados em Portugal, correspondentes a um universo de quase 44 mil apiários e 740 mil colmeias.

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