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Produtores de vinho acusam Governo de estar a gerar "discriminação" no setor

Os produtores de vinho dizem que as medidas criadas pelo Governo para os viticultores do Douro estão a provocar desigualdade. A Federação das Adegas de Portugal diz que a situação está cada vez mais difícil para o sector.

Frederico Correia

Frederico Pinto

As uvas já começaram a entrar nas adegas de todo o país, onde o vinho em stock dos anos anteriores se vai acumulando. Para o Douro, o Ministério da Agricultura criou uma medida de apoio à destilação da uva, mas deixou de fora todas as outras regiões.

“A Fenadegas está completamente de acordo que o Douro tenha a ajuda que lhe foi atribuída. O que não estamos de acordo é que tenha havido uma discriminação para o resto do país transformando isto em agricultores de primeira e de segunda, e em zonas onde o problema é transversal, onde existem pessoas com dificuldades”, alerta António Mendes, presidente da Federação das Adegas de Portugal (Fenadegas).

O valor destinado a destilação de uva no Douro é de 15 milhões de euros. No resto do país, tal medida daria para potenciar a venda de vinha de colheitas anteriores.

“Há regiões que têm duas campanhas e meia dentro de portas, o que iria acontecer é que parte das uvas que vão ser este ano destinadas a vinho DOC seriam destinadas a destilação e iríamos diminuir drasticamente o stock em Portugal”, explica o presidente da Fenadegas.

Para o sector vitivinícola, o ano está a ser desafiante. Mais custos de produção, menos mercados e agora uma nova taxa. Uma tempestade perfeita, avisam as adegas portuguesas.

“A taxa do Ponto Verde, de agravamento de 160% é incompreensível e não compreendemos como vai para a frente”

A Fenadegas já defendeu esta posição junto do Governo e espera agora uma resposta do ministro da Agricultura.

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