Dois protestos, de grupos ativistas diferentes mas com métodos semelhantes, visaram alertar para as questões climáticas: tinta vermelha durante uma conferência sobre aviação e tinta verde lançada sobre o ministro do Ambiente. A presidente da Quercus considera que há um desespero das gerações mais novas.
Alexandra Azevedo considera que o “problema está a agravar-se (…). Há todo um conjunto de hábitos da nossa sociedade e a mudança oferece sempre resistências e daí também a necessidade de nós procurarmos ser mais criativos e também mais pró-ativos para facilitar essa mudança”.
"Começa a surgir um desespero das gerações mais novas que sentem que não estamos a abordar os problemas com as medidas necessárias para pôr cobro à situação que estamos a viver".
No caso concreto da aviação, Alexandra Azevedo diz que as políticas públicas estão a ir no sentido contrário ao que deviam ir.
“No caso da aviação é, sem dúvida, um dos setores de transporte com mais impacto, que está a ser muito valorizado a nível de políticas públicas (…) Estão a ir no caminho oposto: os preços de bilhetes de avião são extremamente baixos para os impactos que este meio de transporte causa. As políticas públicas devem ir no sentido de meios de deslocação mais sustentáveis e claramente os meios coletivos e a ferrovia eletrificada”.
A presidente da Quercus lembra que é também todo um processo da sociedade repensar a sua forma de viajar. "Temos que repensar as nossas opções individuais, mas as políticas públicas têm um peso enorme”.
“A aviação é para reduzir e há países, como é o caso de França e não só a lançar restrições a determinados tipos de voos para precisamente reduzir esta pressão sobre os aeroportos e sobre o tráfego aéreo”.