Além Fronteiras

João Tralhão apaixonou-se pelo Dortmund, o clube que distribui pastéis de nata em dia de treino

Além fronteiras, ao serviço de um dos grandes do futebol, João Tralhão está rendido ao Borussia Dortmund. Apaixonou-se pelo clube, pelos jogadores e pelos alemães. Ainda só diz duas ou três palavras em alemão, mas como bom aluno não falha o exercício diário e os 20 minutos de desenhos animados. Garante que na Alemanha não se come só salsichas e que os doces são irresistíveis, ainda mais quando são pastéis de nata.

Nuno Luz

Sandra Varandas

Gabriel Pato

Na equipa técnica do Borussia Dortmund há um nome que salta à vista dos portugueses: João Tralhão, 44 anos, natural de Lisboa.

Depois de ter estado 17 anos ligado à formação do Benfica, de ter passado pelo Mónaco, pelo Vilafranquense e, na época passada, pelo Antalyaspor da Turquia, também como adjunto de Nuri Sahin, o técnico português chega agora à Bundesliga como treinador adjunto num dos maiores palcos do futebol da Europa.

A trabalhar ao lado de grandes nomes do futebol alemão, João Tralhão está rendido ao Dortmund e fala de “uma grandeza inacreditável”. Confessa que é um privilégio partilhar esta experiência com algumas lendas do clube.

“Sempre foi um clube que me marcou bastante, lembrava-me, quando era mais novo, quais eram as marcas que cada jogador calçava”.

“Até hoje não vivi nada assim”

A cidade, que vive muito para o futebol, e o estádio ajudam a tornar a paixão ainda maior. Para o técnico português, o Signal Iduna Park tem algo de especial. É o maior do país, com capacidade para mais de 81 mil espectadores.

“Este é um dos estádios que, quem gosta de futebol, tem que experimentar. Aquele ambiente que se vive ali à volta é incomparável. Até hoje não vivi nada assim”.

O ambiente em dias de treino também pode ser especial. Como o dia em que jogadores e equipa técnica foram surpreendidos. “Estava a preparar o treino e apareceu o nosso diretor de comunicação com pastéis de nata para partilhar connosco”, conta.

“Apaixonei-me pelo clube e pelas pessoas”

Considera que aquilo que o futebol traz de melhor são as relações com as pessoas. Fora do relvado, o encantamento continua. “As pessoas alemãs são calorosas e estão sempre disponíveis para ajudar, para socializar. O preconceito que existe à volta da sociedade alemã não faz sentido”.

Sente-se um privilegiado por fazer parte da estrutura de um clube histórico, com tanta representação no futebol internacional, mas também sente a responsabilidade de todos os dias procurar sempre “roçar a perfeição”, ou não estivéssemos a falar de um clube, de uma estrutura e de jogadores de “elite”.

Em termos de organização corre tudo bem, está tudo coordenado e não há falhas, mas admite que não é tarefa fácil ir jogar a qualquer estádio fora porque estão completamente cheios, o que cria um ambiente diferente em cada jogo.

Do ponto de vista mais técnico, conta que as equipas têm grandes jogadores, de alto nível, e coletivamente são muito bem preparadas. Todos os clubes da Bundesliga são desafiadores.

“É bom ter esse desafio. Sentimos que cada jogo é uma superação”.

15 ou 20 minutos de desenhos animados

Falar alemão é que, para já, não, mas já diz duas ou três palavras. Empenhado em aprender a língua, garante que não falha o exercício diário para estudar as palavras mais ligadas ao jogo. Depois, liga a televisão e vê 15 ou 20 minutos de desenhos animados.

Já experimentou um pouco de tudo na gastronomia do país e garante que na Alemanha não se come só salsichas. Os doces, por exemplo, são impossíveis de resistir.

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