O regime talibã do Afeganistão proibiu esta terça-feira, "até nova ordem", a admissão de mulheres nas universidades públicas e privadas de todo o país, anunciou o Ministério do Ensino Superior local, citado pela agência noticiosa afegã Jaama Press.
Num curto comunicado, difundido também pela rede de televisão oficial Tolo, o ministério afegão apela à suspensão da admissão de mulheres nas instituições de ensino superior. Não tendo sido dada qualquer explicação para a decisão, que surge três meses depois de milhares de mulheres terem feito os exames de admissão.
Desde que tomaram o poder no Afeganistão, em agosto do ano passado, os talibã têm imposto duras restrições e as mulheres têm sido gradualmente excluídas da vida social e da educação.
O ministro da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício afegão, Mohamad Khalid Hanafi, também precisou que a reabertura dos centros educativos, encerrados desde a chegada ao poder dos talibãs, "depende em grande medida da criação de um ambiente cultural e religioso decente".
As autoridades talibãs têm sido criticadas pelo encerramento dos centros educacionais e pela exclusão de estudantes do sexo feminino do ensino, num quadro mais vasto de medidas discriminatórias contra as mulheres, que as afastam dos empregos e acabam por impor o respetivo dia a dia.
Desde agosto que as autoridades impedem as alunas do ensino superior de regressarem às aulas, autorizando apenas os alunos. Em fevereiro, o processo de reabertura das universidades terminou após a imposição da segregação por sexo nas salas de aula.