Abusos na Igreja Católica

Conferência Episcopal confirma que 40 vítimas de abusos sexuais na Igreja já foram ouvidas

Até hoje, foram ouvidas pelas Comissões de Instrução 40 pessoas, informou fonte da Conferência Episcopal Portuguesa, que revelou que é "expectável que as pessoas sejam todas ouvidas até ao final de julho e estejam produzidos os pareceres até ao final de setembro".

Lusa

Das 77 pessoas que pediram indemnizações à Igreja por abusos sexuais, um processo de compensação financeira que a Igreja espera concluir até ao final do ano, 40 já foram ouvidas, disse, esta quinta-feira, a Conferência Episcopal Portuguesa.

Desde o dia 01 de junho de 2024 até ao final do dia 31 de março de 2025, 77 pessoas manifestaram a vontade de poder vir a receber uma compensação financeira.

Destas, 55 são do âmbito de atuação das Comissões Diocesanas e 22 dizem respeito aos Institutos de Vida Consagrada.

Até hoje, foram ouvidas pelas Comissões de Instrução 40 pessoas, informou fonte da CEP, que revelou que é "expectável que as pessoas sejam todas ouvidas até ao final de julho e estejam produzidos os pareceres até ao final de setembro".

Depois desta primeira fase, entra em vigor a Comissão de Fixação de Compensação, que vai definir os valores a atribuir.

Primeiro processo de escuta poderá estar concluído até setembro

O presidente da CEP, José Ornelas, afirmou que o processo "está a decorrer segundo os parâmetros que estavam a ser orientados", sublinhando que se "tem procurado não revitimizar o mais possível as pessoas".

"É um processo que queremos fazer com toda a seriedade. É preferível chegar um bocadinho mais tarde, mas que toda a gente tenha a capacidade de o fazer, e de o fazer decentemente e bem. Pensamos que até setembro este primeiro processo de escuta estará feito, e depois vai entrar a outra comissão", esclareceu, no final da 211.ª Assembleia Plenária.

José Ornelas elogiou o trabalho do Grupo Vita, que "teve uma função determinante em seguir os processos com coerência e estudá-los, a partir das próprias comissões e em ligação com as comissões", numa "boa coordenação", o que "também é sinal da forma de criar cultura".

Para o presidente da CEP, a competência das pessoas das dioceses prova que são "capazes de atender, e o mais convenientemente possível, a eventuais casos que possam ainda surgir".

Grupo Vita preparou meios de prevenção

O Grupo Vita tem preparado instrumentos de prevenção para partilhar com instituições, disse, ao referir que "já há pessoas e instituições, colégios, escolas, a utilizar estes meios de prevenção para as próprias crianças e adolescentes".

Estes instrumentos darão "uma capacidade de resposta de deteção muito importante" para que as "pessoas responsáveis por estas instituições sejam capazes de intuir e de notar sinais que possam ser de preocupação para se ir ao encontro de quem precisa, e o mais cedo possível".

O presidente da CEP alertou ainda que a "grande maioria destes casos passa-se no âmbito familiar e é muito difícil de lá entrar se não houver capacidade nas instituições que estas crianças frequentam".

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