António Grosso partilhou os abusos sexuais de que foi vítima em instituições católicas quando era criança. Fê-lo para exigir uma mudança em relação a vítimas de abusos e outros maus tratos que já não podem levar os casos à justiça.
"Esta conferência é importante para as vítimas em Portugal também porque estamos à espera de alguma ação por parte, quer do Governo quer do Parlamento, no sentido de tomar em mãos a recomendação aprovada aqui em janeiro passado, para os Estados-Membros tomasse alguma iniciativa", refere António Grosso, da Associação Coração Silenciado.
Há 11 Meses o Conselho da Europa aprovou, por unanimidade, uma resolução para que os Estados-membros avancem para reparações financeiras às vítimas, uma decisão inspirada no modelo suíço. O país reconheceu e quis compensar financeiramente 12 mil vítimas pelas marcas deixadas por maus tratos e abusos sexuais em instituições públicas e da Igreja Católica.
Quem discursa agora, tomou a iniciativa de pressionar o poder político. Lançou uma petição com mais de 100 mil assinaturas que levou a uma mudança na lei. Nesta conferência, Guido Fluri pediu às vítimas para se manifestarem e estendeu o apelo a quem decide.
"Caros políticos, assumam a responsabilidade, porque essa responsabilidade é importante para quem foi injustiçado. Estas pessoas precisam de justiça, precisam de reconhecimento, e só assim lhes pode ser feita um pouco de justiça."
Em Portugal, a Igreja Católica está a lidar com o problema dos abusos sexuais há dois anos. Garante que não vai faltar dinheiro para compensar as vítimas.
A Conferência Episcopal recebeu mais de 50 pedidos de indemnização e o prazo foi alargado até março do próximo ano.