O grupo Vita, a equipa criada pela igreja para acompanhar as vítimas de crimes sexuais, está a recolher informação sobre as 16 denúncias que recebeu na primeira semana de funcionamento da linha de apoio. Só depois, os casos serão enviados para as autoridades judiciais e canónicas.
"Não queria detalhar o tipo de crimes, é muito prematuro para o fazer. O que posso dizer é que estes 16 pedidos de ajuda reportam a situações que não estejam a acontecer agora, no presente. Estamos a falar de pessoas mais velhas, muitas delas já tinham contactado a comissão independente ou a igreja, mas muitas outras é o primeiro contacto que fazem", explicou, em entrevista à SIC Notícias, a psicóloga e líder do grupo Vita, Rute Agulhas.
Rute agulhas foi quem esteve do outro lado da linha até aqui.
"Traduz a nosso ver uma confiança no Grupo Vita, que somos independentes da igreja, estamos aqui para acolher e para perceber as necessidades de cada pessoa, o devido acompanhamento", garantiu.
O Grupo Vita é a resposta da conferência episcopal ao relatório da comissão independente, apresentado em fevereiro, e que estimava existiam quase cinco mil vítimas. Além do apoio a estas pessoas, e o seguimento aos agressores, o grupo tem também a missão de elaborar um manual de prevenção e é composto por seis especialistas em violência sexual e com experiência no acompanhamento de adultos e menores vulneráveis.
Um dos apelos que têm feito é que todos os que, no passado, apresentaram queixa, mas não deixaram informações ou foram ignorados, façam uma nova denúncia. Em dezembro será apresentado o primeiro relatório.