O Bispo do Porto informa, esta quinta-feira, que “decidiu afastar temporariamente três sacerdotes diocesanos de toda a atividade pastoral”. Este anúncio acontece menos de uma semana depois de a Diocese do Porto ter revelado que recebeu um total de 12 nomes da Comissão Independente.
Dessa “lista de alegados abusadores que continha 12 nomes”, concluiu-se que “quatro já faleceram e um já não pertence à diocese. Quanto aos restantes sete nomes, são “clérigos vivos” mas sobre os quais, justificava a diocese, “não se encontra qualquer indício de possíveis crimes de abusos" e à “Comissão Diocesana para o Cuidado dos Frágeis também não chegou qualquer denúncia”.
O bispo do Porto prometia, porém, que se, entretanto, surgissem “indícios fiáveis” não hesitaria “em suspender preventivamente” o ou os clérigo(s) em causa. O que parece ter-se confirmado entretanto.
Esta quinta-feira, e no “âmbito da investigação interna sobre os nomes constantes da lista de suspeitos fornecida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica”, o bispo do Porto revela que “decidiu afastar temporariamente três sacerdotes diocesanos de toda a atividade pastoral”.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'" deste fenómeno.
A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.