Abusos na Igreja Católica

Porque é que o padre tentou entregar-se à PGR? As explicações do advogado

Miguel Santos Pereira, advogado do padre Anastácio Alves, em entrevista no Primeiro Jornal da SIC.

SIC Notícias

Miguel Santos Pereira, advogado do padre Anastácio Alves, acusa a Justiça portuguesa de desnorte. Em entrevista no Primeiro Jornal da SIC, esclarece as razões que levaram a que o padre se tentasse entregar na Procuradoria-Geral da República, em Lisboa.

"Ainda estou a processar o pensamento, ainda não sei exatamente o que pensar sobre isto", afirmou, acrescentando que a recusa em receber o padre mostra o "grande desnorte" da Justiça portuguesa.

Questionado sobre se sabe que o processo decorre no Funchal, o advogado diz que sabe. Então, porquê Lisboa? O advogado esclarece que o seu cliente se encontra no continente, não na Madeira, e que lhe fez sentido que fosse na PGR, "o topo da hierarquia", uma vez que já há acusação.

"Faz-nos sentido ser ali por causa do melindre da situação, por estarmos numa semana em que foi conhecido um relatório muito complicado", acrescenta.

Em entrevista no Primeiro Jornal da SIC, refere que o objetivo era levar Anastácio Alves à Justiça para que fosse "constituído arguido, prestasse termo de identidade e residência e fosse formalmente notificado".

"O que fizemos foi o que entendemos que era correto, legal e melhor defendia os interesses do nosso constituinte", defende Miguel Santos Pereira.

Sobre o próximo passo, será chegar o requerimento ao processo para que possa ser notificado em Lisboa.

"Somos ainda o país da burocracia, o país que é capaz de escrever, mas depois quando vamos à prática ninguém sabe o que fazer", remata.

Na sequência das críticas à atuação da Justiça em Portugal, ainda na entrevista no Primeiro Jornal da SIC, revela aquilo que diz ser em exclusivo:

"Em 2015/2016, o sequenciador de ADN do laboratório de polícia científica da Polícia Judiciária de Lisboa tinha um desvio, estava avariado. Durante aqueles dois anos, tudo o que foi levado pelo Ministério Público para ser feito ali - relativamente a abusos sexuais de menores - não deu o resultado correto. Não sei se os senhores procuradores têm esta informação. Isto é gravíssimo".

Últimas