As queixas de abusos sexuais de menores e o encobrimento da Igreja Católica em Portugal está a dar que falar nos últimos dias, com o surgimento de novos casos.
O especialista Paulo Mendes Pinto defende que a Igreja Católica “tem de mudar” e considera que “estamos num momento de mudança de paradigma”, não só em torno desta questão, mas também de “de uma série de formas de violência que, adicionalmente, a nossa sociedade tolerava”.
“Não nos podemos esquecer que há 40 anos tivemos um hit nacional que dizia "quanto mais me bates, mais eu gosto de ti" ou o célebre ditado “entre marido e mulher ninguém mete a colher” (…) Há uma série de violências tradicionais na nossa sociedade que têm estado a ser combatidas e, no fundo, esse combate faz parte de uma mudança de paradigma."
Na SIC Notícias, fala na Igreja Católica como um exemplo dessa mudança de paradigma, mas reconhece que “há sempre estruturas que se movem mais lentamente” e que se mantêm, às vezes inconscientemente, no paradigma anterior.
Paulo Mendes Pinto defende que a “Igreja Católica tem de mudar", pois está numa situação de “grande erosão do seu peso social”.
Surgir agora uma situação de claro medo social será talvez algo de irrecuperável ou difícil de recuperar (…) A Igreja Católica tem tudo a ganhar por se colocar do lado mais contemporâneo da questão.