24 horas na História de um país, que começam na noite de 24 de abril com um grupo de militares revoltosos a estabelecer um Posto de Comando e a colocar em prática um minucioso plano que envolvia unidades militares em todo o pais até ser publicada a primeira Lei da democracia que dissolveu todos os órgãos do Estado Novo, destitui de funções todos os seus responsáveis e instituiu um Governo provisório, atribuindo o poder à Junta de Salvação Nacional.
Uma cronologia dos principais momentos da madrugada do dia 25 de Abril de 1974 que culminaram na Revolução dos Cravos.
O início do fim de 48 anos de ditadura
Às 22h00 de 24 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas (MFA) instala o Posto de Comando (PC) no Regimento de Engenharia 1 (RE 1) na Pontinha, para dirigir a “Operação Fim de Regime”.
Estão presentes o Major Otelo Saraiva de Carvalho, Capitão-Tenente Vítor Crespo, Major Sanches Osório, Ten-Cor. Garcia dos Santos, Ten-Cor. Fisher Lopes Pires. Junta-se mais tarde Major Hugo dos Santos. O Capitão Luís Macedo, oficial da unidade, garante a segurança do PC, o Major José Maria Azevedo dá apoio.
Às 22h55 é transmitida a primeira senha: a canção "E depois do Adeus", cantada por Paulo de Carvalho, é emitida pelos Emissores Associados de Lisboa.
Às 00h20 de 25 de Abril de 1974 é iniciada a operação militar “Fim de Regime” com unidades militares pelo país a executar o plano do MFA.
Começam a ser postos em marcha os planos delineados para as várias unidades militares pelo país, desde Lisboa - como o Regimento de Artilharia Ligeira 1 (RAL1), Escola Prática de Administração Militar (EPAM), Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra - passando por Santarém, Viseu, Viana do Castelo…
“Os oficiais e sargentos foram informados dos acontecimentos e convidados a aderir. Os que recusaram foram detidos. As praças foram armadas.” Associação 25 de Abril.
De 25 de Abril de 1974 a 25 de Novembro de 1975
A 25 de Abril de 1974 foi derrubado um regime ditatorial de 48 anos, determinado um fim a uma guerra colonial iniciada 13 anos antes, prometidas eleições livres e um regime democrático.
Até novembro de 1975, procedeu-se à descolonização: as colónias africanas tornaram-se países independentes - Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
O país viveu, até finais de 1975, o Processo Revolucionário em Curso (PREC), assistiu a várias tentativas de golpe e elegeu uma Assembleia Constituinte. O princípio do fim do PREC só aconteceu depois do 25 de novembro de 1975.