A entrada do CaixaBank na corrida torna o processo mais delicado. Caso avance com a aquisição, metade do setor bancário português fica nas mãos de bancos espanhóis, algo que o Governo português já veio contestar publicamente. O ministro das Finanças já comunicou a sua oposição a uma fusão entre Novo Banco e BPI.
Um dos pontos críticos é o impacto laboral. Estima-se que uma fusão entre os dois bancos possa resultar em duas a três mil rescisões. O Governo avisou que não vai assumir os encargos com subsídios de desemprego, responsabilizando o grupo espanhol pelos cerca de 300 milhões de euros em custos associados.
O Banco Popular de França surge como alternativa mais neutra, numa altura em que o executivo procura evitar uma concentração excessiva de poder estrangeiro na banca portuguesa. O banco francês já tem histórico de fusões, sendo ele próprio resultado de uma integração feita em 2009.
A decisão final poderá ser tomada ainda esta semana, num processo que poderá ter impacto estrutural no sistema financeiro português. O Governo mantém a pressão para que o interesse nacional seja salvaguardado.