O ex-presidente do Banco Central Europeu traça um quadro negro da situação económica europeia, aponta o dedo à falta de financiamento e insiste na necessidade de uma nova emissão de dívida conjunta, como foi feito durante a pandemia.
"Um ano depois, a Europa encontra-se assim numa situação mais difícil. O nosso modelo de crescimento está a deteriorar-se, as vulnerabilidades estão a aumentar e não existe uma via clara para financiar os investimentos de que necessitamos", disse Mario Draghi, esta sexta-feira, em Bruxelas, na Bélgica.
Há um ano, Draghi alertou que eram precisos pelo menos 800 mil milhões de euros por ano para melhorar a competitividade face aos Estados Unidos e China. Agora, avisa que já são precisos mais de um bilião de euros anuais.
As contas complicaram-se e os desafios aumentaram com o regresso de Donald Trump à Casa Branca e um continuo braço de ferro com Putin na Ucrânia.
Um ano depois ter apresentado o chamado relatório Draghi, com propostas e reformas para a competitividade, vem lembrar tudo o que está por fazer e insiste numa proposta polémica.
"O próximo passo lógico é considerar a dívida comum para projetos comuns", aponta.