Os mercados antecipam mais dois cortes nos juros do Banco Central Europeu (BCE), mas o Banco Central não se compromete. A uma semana da nova reunião, os banqueiros do euro parecem divididos quanto à decisão a tomar.
"Temos de decidir reunião a reunião, não temos um caminho pré-definido", reiterou a presidente do BCE, Christine Lagarde na última reunião do Banco Central Europeu, em abril.
Já os mercados antecipam mais duas descidas, a primeira já na próxima semana.
"Os sinais neste momento indicam quase todos que vai haver novo corte nos juros", aponta o economista e professor João Borges de Assunção.
A analista de mercados Catarina Castro concorda: "A expectativa do mercado, em mais de 90% de probabilidade, é que exista um novo corte na taxa juro. Inclusivamente, que a taxa de juro de referência do BCE termine, no final do ano, muito próximo do intervalo de 1,5% ou 1,75%."
As atas da última reunião do BCE que foram divulgadas na semana passada mostram que a decisão sobre futuros cortes divide opiniões.
O banco central antecipa dificuldades em manter o ciclo de crescimento económico na zona euro. Existe o receio de que as tarifas de Trump provoquem um efeito inflacionista que supere a descida dos preços, o que pode obrigar a cautelas.
"Vemos a velocidade com que as coisas estão a mudar e há riscos associados a decisões demasiado altas por causa de efeitos de muito curto prazo. Portanto, eu percebo os dois lados mas penso que desta vez exista menos divisão do que aquela que existia no final do ano passado", defende João Borges de Assunção.
Mário Centeno é um dos governadores que defende a descida dos juros.