Doze horas com o país às escuras deixaram a economia em stand-by. Ainda sem dados concretos, fazem-se estimativas.
Ao Jornal de Notícias, contas feitas por alto pelo diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto apontam para um prejuízo superior a um milhão de euros, o que corresponde a toda a riqueza produzida no país num dia.
Houve vários setores afetados pela falha na rede elétrica: da indústria à produção, passando pelos transportes. O têxtil ainda está a fazer um levantamento dos prejuízos. As avarias e o material danificado são as grandes preocupações.
“Matérias primas que estavam a ser acabadas e processadas e que agora não podem ser aproveitadas. Várias empresas reportaram equipamentos e máquinas avariadas, não se sabe se têm ou não reparação, quanto é que custa, mas estamos a falar de equipamentos na ordem dos milhares de euros”, explica à SIC Ana Paula Dinis, diretora-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
Na Agricultura, a energia mais usada é o gasóleo. O apagão teve impacto na refrigeração do leite e na alimentação dos animais.
“Houve uma série de constrangimentos, houve produtores a deitar leite fora por não terem condições de armazenamento. (...) Nas nossas contas, os constrangimentos podem rondar três milhões de euros de prejuízo”, afirma Idalino Leão, presidente da Confederação das Cooperativas Agrícolas.
Sem luz, internet, nem telecomunicações, e com pagamentos apenas em dinheiro vivo, escritórios e restaurantes ficaram vazios. Mas nem todos os setores tiveram perdas económicas.
A distribuição está entre os que mais lucraram, com a corrida aos supermercados para comprar sobretudo água engarrafada e comida enlatada. As lojas de conveniência também tiveram um pico de faturação.