Economia

Preços não vão parar de subir porque "faltam casas em Portugal"

As taxas de juro dos empréstimos para a compra de casa estão no valor mais baixo dos últimos dois anos e meio. Mas, com o crédito mais barato, a procura aumentou e os preços das casas subiram ainda mais.

Diogo Martins

Álvaro Oliveira

Ao contrário do que aconteceu em 2023, altura em que a subida das taxas de juro estagnaram o mercado imobiliário, agora a tendência voltou ao que era. Elevada procura, preços mais altos e pouca oferta.

"Há um ano e meio, dois anos, todo o mundo, por causa da subida dos juros, achava que os preços iam descer. Mas não aconteceu, porque falta produto. Faltam casas em Portugal", explicou, à SIC, o presidente da Remax Portugal, Manuel Alvarez.

O Banco de Portugal revelou que as taxas de juro baixaram de novo em fevereiro. A taxa média das novas operações de crédito habitação foi de 3,17%, o valor mais baixo desde dezembro de 2022. É um bom sinal para quem tem empréstimos, mas pode ser um mau indicador para quem procura comprar casa.

O problema continua a ser o mesmo: falta de casas no mercado para fazer baixar os valores. As promessas de oferta pública a preços acessíveis não chegam.

"O que vai acontecer é que vamos assistir a cinco anos seguidos em que se constroem mais casas, mas sempre menos do que a necessidade e, por isso, os preços vão continuar a subir", salientou o presidente da Remax Portugal.
"Segundo dados oficiais, há cerca de 700 mil imóveis que estão fechados em Portugal. Portanto, deveria haver um incentivo para que esses imóveis viessem para o mercado", alertou o economista da Deco Proteste, Nuno Rico.

Enquanto não são tomadas medidas proporcionais à crise do setor, o mercado imobiliário continua em constante crescimento. Nas grandes cidades, como Porto e Lisboa, os preços estão cada vez mais ao alcance de poucos.

No ano passado, uma das maiores imobiliárias vendeu 25% dos imóveis a estrangeiros. Brasileiros, americanos, franceses e chineses estão no topo da lista.

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