Economia

Preço da botija de gás: em Vilar Formoso (já) é difícil encontrar quem compre gás em Portugal

Com o gás a custar menos de metade em Espanha há quem não hesite em comprar do outro lado da fronteira. Na antiga fronteira de Vilar Formoso, difícil é encontrar quem compre gás em Portugal.

Madalena Ferreira

Paulo Gabriel

O único posto de venda de botijas de gás no centro de Vilar Formoso está fechado há meses. O dono tem idade avançada, mas ainda que mantivesse as portas abertas, arriscaria ficar com as garrafas à porta sem compradores.

"Agora a Espanha tem muito mais barato (...), é quase metade do preço, e a gente aproveita, dá ali um saltinho e compra lá. Tenho uma vizinha que me diz sempre 'a vizinha quando for à Espanha diga, que a botijinha de gás e tal é muito mais barato'"

Quem não tem carro ou não conduz, pede ao vizinho uma boleia até Fuentes de Onhoro, na antiga linha de fronteira. Os consumidores conseguem poupar cerca de 20 euros por garrafa.

“Vamos a Espanha derivado ao preço ser metade do preço. É o gás, os combustíveis, ali em Fuentes de Onhoro”, onde "o gás é bastante mais barato (...), vamos lá buscar porque é mais rentável, economiza-se bastante"

O posto de abastecimento espanhol mais próximo de Vilar Formoso é a maior testemunha da afluência portuguesa, por causa do combustível e do gás.

"Eu desde que estou aqui há 19 anos, praticamente é sempre mais barato e as pessoas é onde vêm sempre buscar o gás, onde compraram as botijas, mesmos espanholas e trocaram as portuguesas para conseguirem sempre gastar no gás aqui da Espanha que é mais barato", diz José Limão, funcionário da CEPSA de Fuentes de Onhoro.

Muitos consumidores arriscam levar mais do que uma botija, uma vez que só é admitida a compra para consumo doméstico e a revenda é proibida.

"Mas às vezes as pessoas arriscam a levar mais uma ou duas de cada vez. (...) Nós não temos nenhum problema em tar vender uma ou duas ou três botijas, eles é que estão a arriscar, eles é que vão ter os problemas que podem ter", acrescenta José Limão.

Mesmo assim, a escolha parece óbvia: se Espanha vende mais barato, o gás do país vizinho prefere ao nacional.

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