Economia

Seis em cada 10 jovens vivem de salário em salário, custo de vida é o que mais preocupa

Um novo estudo da Deloitte revela que 40% dos jovens da geração Z e 35% dos millennials sentem-se stressados durante todo ou maior parte do tempo, muito por conta do trabalho, ainda que os níveis de stress tenham decrescido em relação a 2023.

SIC Notícias

O custo de vida é a principal preocupação dos jovens, de acordo com um novo estudo da consultora Deloitte, que inquiriu mais de 22.800 pessoas de 44 países.

Seis em cada 10 jovens millennials e da geração Z vivem de salário em salário e apenas três em cada 10 sentem-se "financeiramente seguros".

Motivo que leva 34% dos jovens da geração Z a dizer que o custo de vida é a sua principal preocupação. Nos millennials, esta percentagem sobe para os 40%.

Estas são apenas algumas conclusões do"Inquérito Geração Z e Millennial 2024", um trabalho levado a cabo pela Deloitte pela 13.ª vez.

O inquérito revelou que a grande maioria dos jovens deseja um "trabalho orientado para um propósito" - 86% na geração Z e 89% nos millennials - e não têm medo de recusar os empregos "que não estejam alinhados com os seus valores".

A sustentabilidade é também um assunto que não passa despercebido aos jovens atuais. A maioria garante tomar medidas para minimizar o impacto ambiental. Aliás, dois em cada 10 millennials admitem já ter trocado de emprego ou de área devido a questões ambientais.

Os jovens de ambas as gerações acreditam que a Inteligência Artificial generativa terá efeitos positivos no seu trabalho, no entanto mostram-se preocupados quanto à possibilidade de a tecnologia levar ao extermínio de empregos e ao aumento da dificuldade de entrada no mercado de trabalho.

Apenas 50% dos jovens classifica a sua saúde mental como boa

Para a geração Z e para os millennials, o trabalho continua a ser fundamental para o sentido de identidade, atrás apenas da família e amigos. É, contudo, frisado no estudo que os jovens estão muito focados em manter o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.

É ainda referido que apenas 51% dos jovens da geração Z e 56% dos millennials classificam a sua saúde mental como boa ou extremamente boa.

Ainda que os níveis de stress tenham decrescido desde 2023, 40% dos jovens da geração Z e 35% dos millennials sentem-se stressados durante todo ou maior parte do tempo, muito por conta do emprego.

O excesso de carga horária, a sobrecarga de trabalho e a falta de reconhecimento profissional são os principais motivos apontados.

Conselho da Juventude diz que independência fica comprometida

Em declarações à SIC, o presidente do Conselho Nacional da Juventude nota que o "grande problema" que afeta os jovens nos dias que correm "é a sua emancipação" e justifica apontando problemas como os baixos salários, a dificuldade no acesso a habitação própria e o constante aumento do custo de vida.

Para André Cardoso é "preocupante" que seis em cada 10 jovens vivam apenas de salário em salário.


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