A conta da eletricidade vai subir entre 5 e 12 euros este mês para os 5,5 milhões de clientes que estão no mercado liberalizado. A DECO já tinha alertado para esta subida, que acontece devido ao agravamento das tarifas de acesso às redes.
"A tarifa de acesso é refletida, é de lei, e, portanto, qualquer aumento seja de impostos, de taxas ou, neste caso, de tarifas de acesso é automaticamente refletido, sem necessidade de comunicação prévia", explica Pedro Silva, analista de mercado de energia da DECO.
Esta decisão está relacionada com a acentuada redução de preço da energia no primeiro semestre do ano. O preço médio por megawatt/hora situou-se nos 36 euros neste período, mas a previsão da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) era de 88 euros.
Este desvio gerou um buraco de 878 milhões de euros que tem de ser pago aos produtores de energia.
"Não tendo havido uma atualização das tarifas de acesso, mais tarde ou mais cedo os consumidores iam ter que pagar e com juros", refere o analista.
Os consumidores que estão no mercado regulado, vão ser compensados pelo aumento do preço da energia, já quem está no mercado liberalizado terá aumentos entre 5 e 12 euros, consoante o comercializador.
Pedro Silva alerta para o facto de existir "uma linha importantíssima que consta no final de todas as faturas em mercado liberalizado em que diz, para o mesmo período e o mesmo consumo, quanto é que [os consumidores] pagariam, mais ou menos, se tivessem no mercado regulado".
"Isto é uma espécie de semáforo que deve desde logo alertar o consumidor para se está numa tarifa adequada ou não", acrescenta.
No início do verão, o preço da energia aumentou e a DECO não antecipa mais alterações nas tarifas de acesso nos próximos meses.